O exílio das palavras
Acedi, hoje, a estes três anúncios, todos estreados ou a estrear este mês. Todos diferentes. O primeiro dedicado a um videojogo, o segundo a um curso de publicidade e o último a uma marca de automóveis. Partilham, no entanto, uma característica: quase prescindem da palavra, centrando-se na música e na imagem.
E fazem-no com requinte. Por exemplo, no primeiro anúncio, “Dust to Dust uses rich visuals and a haunting soundtrack by Mazzy Star to bring humanity to the third-person shooter game (…). Dust to Dust is set to the song “Into Dust” by Mazzy Star, which struck the right tone in both pace and concept. Beyond the match of the lyrics, the song is dark and reflective – the appropriate accompaniment for the end of the film, and, the end of the Gears of War trilogy”. Mais palavras, para quê?
Devo precisar que me passaram hoje pela vista mais anúncios com estas características. Por exemplo, um anúncio ao Volkswagem Jetta, intitulado “Memories”. Entendi não sobrecarregar este artigo. Acrescento que o facto de receber, num único dia, meia dúzia de anúncios com este formato não indica nada. Mas sugerir, lá isso sugere.
Se na publicidade assistimos ao exílio da palavra, na informação é a animação da palavra que está em voga. Cada vez mais se consolida a popularidade dos vídeos infográficos que aliam a palavra falada, a palavra escrita e a imagem simples e clara:
http://www.youtube.com/watch?v=R7yfV6RzE30 – Do programa australiano
“Hungry Beast”
Um exemplo do lado oposto do globo, uma mensagem que foi, durante alguns meses um dos vídeos portugueses mais vistos no youtube: http://www.youtube.com/watch?v=U2pPSAAFSbk.