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Sonhemos!

Sonhar ainda não é pecado, pois não? Creio que, por enquanto, não colide com as bem-aventuranças do homo Hygienicus. Sonhemos, pois, enquanto podemos!

Marca: Vipps MobilePay. Título: Gymnastics. Agência: &Co. / NoA / Bob the Robot. Direção: Traktor. Dinamarca, outubro 2023

Um passarão numa gaiolinha

Patrick Watson

Troco, naturalmente, dicas. Uma amiga perguntou-me, hoje, se conhecia Patrick Watson, o intérprete e a banda, do Canadá, em particular as músicas “Je te laisserai des mots” (2010) e “The great escape” (2006). Tomara conhecimento através da filha  [uma geração que aprende com a seguinte]. Claro, até está no Tendências. Mesmo assim, verifiquei. Nada… Mas nos marcadores, sobravam cinco canções para, como é hábito, colocar três. Esqueci-me! Acontece com tanta frequência que nem sequer relevo. Explica, por exemplo, por que, em doze anos e 3 896 artigos, os Coldplay só aparecem uma única vez, por sinal, à boleia do Claude Debussy (https://tendimag.com/2021/04/18/arabescos/). Mas nunca é tarde para reparar. Seguem as outras três canções: “Lighthouse”, “Here Comes The River” e “Big Bird in a Small Cage”. Acresce “Can’t Stop Staring At The Sun,” pela originalidade sonora, pela qualidade da coreografia e por ser um bom exemplo de vídeo musical surrealizado.

Patrick Watson – Lighthouse. Adventures in Your Own Backyard. 2012
Patrick Watson – Here Comes The River. Wave. 2019
Patrick Watson – Big Bird in a Small Cage. Wooden Arms. 2009. CBC Music’s First Play Live
Patrick Watson – Can’t Stop Staring At The Sun. A Mermaid in Lisbon. 2021

Deriva

Está a acontecer:

A persistência do grotesco

Bruno Aveillan. Chanel

O nu varreu-se praticamente da publicidade. Há mais de uma década. Primeiro, o mais vulgar; logo, o mais artístico (vídeos 3 e 4). O grotesco ainda resiste (vídeos 1 e 2). Confinado, não costuma dar-se mal com regimes de disciplina, controlo e vigilância.

Marca: Liquid Death Iced Tea. Título: Your Grandma’s Energy Drink. Agência: In-house. USA, dezembro 2022
Marca: Kleenex. Título: Anthem. Agência: FCB. USA, maio 2022
Marca: Gaz de France. Título: Dolce Vita. Agência: Australie. Produção: Quad. Direção: Bruno Aveillan. França, 2002.
Marca: Chanel. Título: Chanel J12 White. Com Charlotte Siepora. Produção: Quad. França, 2013

Histórias de Amor

“Por que realizar uma obra, quando é tão belo somente sonhá-la?” (Pier Paolo Pasolini, Decameron, 1970). [Seja! Mas, em matéria de corpos, entre o calor sólido e o fascínio gasoso…]

Continuam a soprar ventos latinos. Desta vez, duas versões em francês de “histórias de um amor”, que não superam os originais hispânicos. Uma do grupo francês French Latino, pela orquestração, a outra da romena Cristina Dascalescu (canta fados portugueses), pelo vídeo.

French Latino. Historia de un amor. Guarda la Esperanza. 2009
Cristina Dascalescu. Histoire d’un amour. Com Maria Filali & Özgür Karahan. 2019

Momentos mui raros

Raros o forno, o pão e a gargalhada. Em boa companhia e sabedoria. Depois da tenda com chouriço, do pão com chocolate e da sopa de batata, só faltou queimar as calorias com uma dança ao jeito, por exemplo, do Grupo Etnográfico da Casa do Povo de Melgaço ou com uma música da Brigada Victor Jara.

Malhão. Pelo Grupo Etnográfico Da Casa do Povo de Melgaço | Festa do Alvarinho 2022
Brigada Victor Jara. Arriba Monte. Por Sendas, Montes e Vales. 2000

Um pouco de amor e melancolia

Angel Olsen

We live together in a photograph of time” / Vivemos juntos numa fotografia do tempo (Antony And The Johnsons. Fistful Of Love)

Regularmente, o Tendências do Imaginário faz questão de introduzir uma pausa na conversa para “dar música”. Abrir uma janela lúdica entre artigos porventura mais densos. Que músicas? Quaisquer, de preferência que exprimam um gosto ou um estado de alma a partilhar. Estranho? O blogue é omnívoro e não possui contrato de exclusividade com assuntos ditos sérios nem é alérgico ao prazer. Não é só pela razão que se conhece e ainda menos se sente, se abraça, o mundo (Blaise Pascal, Pensées, 1670). Faz parte da sabedoria não espalmar a vibração dos sentidos, dos sentimentos e das emoções.

Angel Olson lançou este ano a canção Big Time. Associando Woman (2016) obtém-se um belo par que transmuta a melancolia em lamento e melodia, arte de que é mestre Antony. Recorde-se, por exemplo, Fistful Of Love. Um jeito de se deixar embalar em dia de chuva indolente.

Angel Olsen. Woman. My Woman. 2016. Ao vivo no KEXP studio, em 2017.
Angel Olsen. Big Time. Big Time. 2022. Vídeo oficial
Antony And The Johnsons. Firtful Of Love. I Am a Bird Now. 2005. Ao vivo.

Circuito de Generosidade

«Stultorum chorea». Dança dos tolos. (1550-1600), gravura de Frans Hogenberg (© British Museum).

No anúncio “Noel 2022”, da Coop, uma corrente de entreajuda forma uma roda: quem recebe um gesto de generosidade prossegue-o até regressar ao primeiro par, num encadeamento circular que lembra o circuito Kula das ilhas Trobriand (Bronislaw Malinowski). Bonito? Muito. Improvável? Bastante. Possível? Talvez, durante o Natal. Pelo menos, na imaginação. A roda da vida a sobrepor-se às danças da morte e dos tolos.

Dança macabra. Mosteiro dos Bernardinos. Séc. XVII. Cracóvia.

Marca: Coop. Título: Nöel 2022. Suíça, novembro 2022.

Homenagem (29.11.2022)

Depois da homenagem, resta o registo com quase três horas de duração. Recomendava-se a montagem do vídeo com cortes, colagens, focagens e legendas, mas o software habitual teimou em encadear erros e abalar a paciência. É verdade que o original pesava mais de 25 GB. Segue, portanto, o registo integral, bruto, da câmara de filmar, apenas convertido a um formato vinte vezes menos pesado (1,36 GB).

Torna-se assim possível visionar a sessão a modos como sentado no lugar fixo da câmara, com a vantagem de saltar ou rever esta ou aquela passagem. Infelizmente, o som podia ser melhor, designadamente nas intervenções com recurso ao microfone. Foi esquecimento não colocar o microfone da câmara de filmar na mesa. Tal como uma fotografia de um filme perde nitidez, a gravação através de uma câmara de filmar de um som emitido por colunas perde qualidade porque as ondas são distintas.

Agradeço a iniciativa do Departamento de Sociologia, da Câmara de Melgaço e do Centro de Estudos Comunicação e Sociedade, a disponibilidade do Museu de Arqueologia Diogo de Sousa, as intervenções de Alexandra Lima, Carlos Veiga, Manoel Baptista, Madalena Oliveira, Moisés Martins e Álvaro Domingues, a interpretação do Francisco Berény Domingues, a presença do Grupo Etnográfico da Casa do Povo de Melgaço e a dedicação da Rita Ribeiro, do Joaquim Costa e da Alice Matos.

Anexo o vídeo com quase toda a sessão. A parte em falta, com as primeiras danças do Grupo Etnográfico da Casa do Povo de Melgaço e a receção por parte da direção do Museu de Arqueologia D. Diogo de Sousa, está disponível no seguinte link: https://tendimag.com/2022/12/05/grupo-etnografico-da-casa-do-povo-de-melgaco-inicio-da-homenagem/.

Homenagem ao Professor Albertino Gonçalves. Museu de Arqueologia D. Diogo de Sousa, 29.11.2022. Desde a abertura pelas entidades organizadoras até ao encerramento pelo Grupo Etnográfico da Casa do Povo de Melgaço

Índice
Abertura:
Joaquim Costa (Departamento de Sociologia) – 00:.0:40
Carlos Veiga (Departamento de Sociologia) – 00:05:10
Manoel Baptista (Câmara de Melgaço) – 00:18:33
Madalena Oliveira (Centro de Estudos Comunicação e Sociedade) – 27:24
Apresentação:
Moisés de Lemos Martins (Universidade do Minho) – 00:37:38
Moderação:
Alice Matos (Departamento de Sociologia) – 01:06:36
Lição “O Olhar de Deus na Cruz: o Cristo Estrábico“:
Albertino Gonçalves – 01:08:30
Momento musical:
Francisco Berény Domingues (Guitarra) – 01:49:09
Testemunho:
Álvaro Domingues (Universidade do Porto) – 02:02:52
Oferta:
Daniel Noversa (Doutoramento em Estudos Culturais) – 02:14:28
Apresentação do livro Sociologia Indisciplinada
Rita Ribeiro (Departamento de Sociologia) – 02:16:22
Dança (2ª parte):
Grupo Etnográfico da Casa do Povo de Melgaço – 02:22:24

Grupo Etnográfico da Casa do Povo de Melgaço (início da homenagem)

Vários amigos não puderam assistir à homenagem no 29 de Novembro. Gostariam de ter uma ideia. Colocaremos, sucessivamente, alguns momentos. Por agora, seguem dois vídeos com o Grupo Etnográfico da Casa do Povo de Melgaço. O primeiro com as danças do início e o segundo, impressionante pela resistência e leveza, da segunda parte, a final. Melgaço é um território envelhecido que veio perdendo população. Não obstante é um território vivo onde as diferentes gerações se empenham em dar o braço. Melgaço tem muitos embaixadores. O Grupo Etnográfico da Casa do Povo de Melgaço destaca-se como um deles.

Homenagem ao Prof. Albertino Gonçalves. Grupo Etnográfico da Casa do Povo de Melgaço (1ª parte) e receção pela direção do Museu de Arqueologia D. Diogo de Sousa, 29.11.2022

Carregar na imagem seguinte para aceder ao vídeo.

Grupo Etnográfico da Casa do Povo de Melgaço. Museu de Arqueologia D. Diogo de Sousa. 29 de novembro de 2022. Fonte: Grupo Etnográfico da Casa do Povo de Melgaço.