Músicos medievais
A música tem uma presença notável na iluminura medieval. Nas figuras 1 e 2, músicos tocam em grupo, com uma variedade de instrumentos. As fantasias (drôleries) com animais músicos eram muito apreciadas (Figura 3). Os demónios, mestres de muitas artes, também se aplicavam a incendiar os instrumentos musicais (Figura 4). Mas quem toca bem, e dança ainda melhor, é a morte (Figura 5).
Fig 1. David e seus músicos. Arras. 1175
King David playing a psaltery accompanied by tuba, organ and cymbal players. From the Psalterium Beatae Elisabeth. Illuminated manuscript; 13th century.
Fig 3. Psaltério de Macclesfield. Animais tocando órgão. 1330.
Fig 4. Michael Pacher’s polyptych in the Wallfahrtskirche St. Wolfgang, St. Wolfgang im Salzkammergut. Completed 1481. Detail.
Fig 5. Book of Hours, Use of Maastricht . Início do séc. XIV.
Online
Não sei como veio esta fotografia parar ao meu computador. Deve pertencer a alguém da minha terra. À procura de iluminuras com músicos, reencontrei-a numa pasta sem fundo. Amor é mesmo assim, à segunda vista. Não sei!… A vê-los assim tão próximos, tão parecidos, pendurados, em fim de voo, numa linha, ocorreu-me não sei o quê… Cosmonautas ou coisa parecida a tilintar em rede invisível. Não! Nada a ver com Leonard Cohen: “Oh like a bird on the wire / Like a drunk in a midnight choir / I have tried in my way to be free” (Bird on the Wire, Songs from a Room, 1969).
Leonard Cohen. Bird on the Wire. 1979.
A Pragmática e o Memorando
É mais difícil escrever e não dizer nada do que escrever e dizer alguma coisa. Carregar na imagem ou no seguinte endereço: http://www.comumonline.com/opiniao/item/1770-a-pragmatica-e-o-memorando.
Ternura
É uma ternura este anúncio da Allan Gray, uma empresa de investimentos financeiros. O rapaz é um anjo da guarda incansável. Tamanha dedicação encerra, porém, um fundo especulativo: a filha sai à mãe. “Always look for potential, and than have the patience to wait for it!” Para aceder ao anúncio, carregar na imagem ou neste endereço: http://www.culturepub.fr/videos/allan-gray-patience?hd=1.
Marca: Allan Gray. Título: Patience. Agência: King James. Direção: Keith Rose. África do Sul, 2008.
A palavra ternura lembra algumas canções ditas francesas. Por exemplo, “la tendresse” de Bourvil (1963) ou de Jacques Brel (1959). É também o título de uma canção de Daniel Guichard (1972). Muito conhecida dos portugueses? Palpita-me que pouco. O que enternece… Portugal já foi o país da rosa-dos-ventos; agora, é um país cataventos, cada vez com mais urgências e cada vez com menos memória.
Daniel Guichard. La Tendresse. 1972.
O lado feminino do homem
Panar alguns preconceitos de género e fritá-los com desenvoltura. O masculino agradecerá ao feminino. Eis uma receita corrente mas não antiga: nem sempre se assumiu que o masculino tem um lado feminino.
Marca: Granja del Sol. Título: Lado Feminino. Agência: Cravero (Buenos Aires). Direção: Javier Garrido. Argentina, 2013.
O Amor e o Tempo
A famosa linha do tempo é um tédio. Um tédio recto e infinito. Apetece dobrá-la, redobrá-la e dar-lhe um nó. Fazer, por exemplo, coincidir 1925 e 2012, e, sem introdução nem conclusão, contar uma história de amor intemporal. “As coisas realmente importantes não mudam”. Pois… Que as coisas realmente importantes, sobretudo as inefáveis, não mudem, é ideia que não agrada, nem estorva. Mas que os seres rotulados importantes não mudem, é algo molesto: que mudem e que se mudem! Nem a seta do tempo nem a dialéctica pararão por esse motivo.
Marca: John Lewis. Título: The Other Half. Agência: adam&eveDDB. Direção: Ringan Ledwidge. Reino Unido, Setembro 2012.
Folhas
Tantas folhas, senhor! E as folhas crescem nas árvores! E as árvores não são monstros! A impressão de milhões de livros do Dom Quixote, da Bíblia e do Principezinho devorou florestas inteiras. Não obstante, é possível que ainda não tenhamos devorado a dose recomendável de florestas de papel. Nesta excelente campanha, a Libreria Norma faz a apologia dos e-books. Menos árvores abatidas e um camião de livros num tablet. Mas, por que será que, no meu tablet, a maioria dos livros não tem fim? Nostalgia de virar a página? O fado do cansaço a meio do caminho? Um bocejar electrónico?
Marca: Libreria Norma. Título: Don Quijote De La Mancha. Agência: Ddb, Bogota. Direção: Reichart De Alcocer. Colombia, Abril 2013.
Libreria Norma. The Holy Bible. Ddb, Bogota. Colombia, Abril 2013.
Libreria Norma. The Little Prince. Ddb, Bogota. Colombia, Abril 2013.
Câmara Neuronal
Os cursos de Mestrado em Ciências da Comunicação e Mestrado em Comunicação, Arte e Cultura promovem um encontro dedicado à apresentação e discussão do projeto Câmara Neuronal, contando-se com a participação de Adolfo Luxúria Canibal.
O encontro tem lugar no próximo dia 30 de abril, pelas 19.00hs, no Auditório Pequeno do Instituto de Educação da UMinho.
Parkour: A Liberdade em Movimento
Hoje, propomos um parkour a quatro, quase dança ao ar livre, temperado com slow motion e com o toque de Noam Murro. Um anúncio da Land Rover. Viram o carro? Não é preciso, basta sentir… O que interessa é a matriz, sugerida pela alegoria. Quatro jovens (4×4 versão humana) entregam-se a um Free Running (modalidade mais artística do parkour). Vencem todos os obstáculos em todos os terrenos, com prazer, em liberdade e em beleza. O resto é boa música: Johann Sebastian Bach, mais uma componente barroca.
Marca: Land Rover. Título: Roam Free. Agência: Y&R New York. Direção: Noam Murro. USA, Abril 2013.
Generosidade virtual
Eu gosto, tu gostas, ele gosta. Nós clicamos. E algures, nada acontece. Partilhamos uma declaração de generosidade. Uma proclamação de bondade virtual. Assim vai a moral contemporânea. Exibe-se a generosidade sem custo! Acredita na magia? E em milagres? Em Santa Isabel do Facebook ou em Santo António do Rato! Bem haja a Unicef por este anúncio sobre os efeitos da solidariedade na era das tribos electrónicas.
Marca: Unicef. Título: Likes don’t save lives. Agência: Forsman & Bodenfors. Suécia, Abril 2013.