HBAG: Homens, banais, avantajados e grotescos

No anúncio Wind/Water/Sun, da Neo-Zelandesa Meridian Energy, aparece, fugaz, um papel a voar numa praia. Lixo. Inclui, também, um cão, lancheiras, linhas de pesca, um carro e um cavalo. Podia prescindir-se do papel! A visualização no ecrã legitima, quando não valoriza, a incivilidade. Custa a aprender a lição da palhinha do Lucky Luke. As imagens querem-se, de preferência, sem vícios! Vê-los, intoxica. Erradicar o papel do anúncio é uma espécie de prevenção ecológica. “Le fournisseur d’énergies 100 % renouvelables Meridian Energy nous rappelle qu’il faut ramasser ses déchets dans un spot qui en jette !” (http://www.culturepub.fr/videos/meridian-energy-wind-water-sun/). Censura? Nem por sombras, apenas olhar lavado. Os críticos perguntam: “por que corre o protagonista?” Atrás da democracia? Se, em vez de um papel, a Meridian Energy tivesse optado por um ananás, imaginar-se-ia que o protagonista está a jogar rugby. Para além da impertinência do papel, o anúncio exibe um HBAG: um homem banal, avantajado e grotesco. Faz parte dos óculos contemporâneos. Lavagem, sim, mas com rugas.
Este anúncio lembra-me o Beach. Whatever’s Confortable, da Southern Comfort. Um pecado diferente, mais lento, mas, na mesma, um HBAG.