Riscos e rabiscos
A publicidade, por vezes, satura. O acordo ortográfico, também. Boa parte dos anúncios soam a evangelho. Uma pessoa equilibrada mandava os anúncios, por exemplo, para a ERC, a Entidade Reguladora para a Comunicação Social, e dedicava-se à leitura, à conversa, aos amigos, ao passeio, ao exercício físico. Mas é próprio de um aselha esmerar-se. Se a publicidade actual dá náuseas, demanda a antiga. A publicidade muda de ano para ano. Nessa vertigem, só é ultrapassada pelos tacões e pela barba. Tal como a moda, a publicidade tem ondas: ora slow motion, ora legos, ora mutantes, ora ciborgues. Encantaram-me dois anúncios cheios de grotescos e arabescos: linhas e contracurvas que desenham figuras efémeras. Tão leves, tão lindos! O primeiro, Kolibri, é de 2006; o segundo, Fantasia, de 2007.
Marca: Motley Bird. Título: Kolibri. Agência: Psyop. USA, 2006.
Marca: Gustav Paulig. Título: Fantasia. Agência: Sec & Grey Finland. Finlândia, 2007.