Memória
A imaginação é a memória fermentada. Quando se perde a memória, perde–se a faculdade de imaginar (António Lobo Antunes).
A memória não é reacionária. A memória é o principal recurso de que dispomos para aprender que o futuro é imprevisível. O futuro é imprevisível não obstante as prospetivas, os projetos, os programas e as medidas inadiáveis. O futuro é imprevisível apesar das ciências, das técnicas e dos peritos. Relancem o olhar para trás! O que aconteceu às previsões e aos projetos mais robustos? Erraram, felizmente. Que vai ser da Europa daqui a dez anos? A memória não é reaccionária, “lembra” que o presente e o futuro são relativos e incertos. Recordar e imaginar faz bem à sabedoria e à capacidade de decisão.
Segue uma canção grega de Mikis Theodorakis, Asma Asmaton (Mauthausen), interpretda por Maria Farantouri. Com imagens do Holocausto.
De facto, um real paradoxo, a memória, ora porque nos elucida a criatividade ora porque nos atormenta de relações entre factos.