Animais
Assusta-me, mas assusta-me mesmo, o modo como o Estado e as organizações para-estatais se insinuam na privacidade das famílias e na intimidade das pessoas. Não sei se é doença infantil do totalitarismo ou biopolítica (Michel Foucault; Giorgio Agamben). Será que há quem olhe para as pessoas e veja animais? Não cheira a cravo, nem a canela, cheira a Hitler e a Estaline. Este azedume decorre do anúncio de novas imagens nas embalagens de tabaco? Talvez… De notícias de almas boas que corrigem almas más está o inferno cheio. No Jornal Público, de hoje, 12/05/2015, junto ao título “Maços de tabaco vão ter imagens de caixões de crianças”, destaca-se a notícia “Comportamento: Projeto aposta na parentalidade positiva para combater perturbações logo na infância”. No corpo do jornal, na página 8, o título é mais sugestivo: “E se houvesse uma “vacina” para os problemas de comportamento?”
Por falar em animais, há animais, em fábulas, filmes e anúncios, com efeito mais humano do que os humanos. Este anúncio brasileiro alonga-se (3:51) a contar a história de dois reclusos, acabados de sair da prisão, que se reintegram na sociedade graças à adoção de dois cães. Ao contrário da emoção sobressaltada, esta é tranquilamente garantida.
Marca: Pedigree. Título: First Days Out. Agência: AlmapBBDO. Direcção: Ricardo Mehedff. Brasil, Maio 2015.
Pura verdade. Totalitarismo puro!