A passo de caranguejo. A canção da morte
Ao passar um vídeo sobre o grotesco (http://tendimag.com/2012/08/31/o-desconcerto-do-mundo/), costumo relevar, na sequência dedicada às danças da morte, a correspondência entre os versos da Dança Macabra de Pinzolo (Itália, 1539) e a letra da música, de fundo, de Angelo Branduardi: Ballo in Fa diesis Minore (Sono Io la Morte; 1977).
“Sono io la morte e porto corona,
io Son di tutti voi signora e padrona
e così sono crudele, così forte sono e dura
che non mi fermeranno le tue mura.Sono io la morte e porto corona,
io son di tutti voi signora e padrona
e davanti alla mia falce il capo tu dovrai chinare
e dell ‘oscura morte al passo andare.Sei l’ospite d’onore del ballo che per te suoniamo,
posa la falce e danza tondo a tondo
il giro di una danza e poi un altro ancora
e tu del tempo non sei più signora”.
Angelo Branduardi. Ballo in Fa diesis Minore (Sono Io la Morte). La pulce d’Acqua. 1977.
Não é fácil detectar este tipo de coincidências. São saltos laterais na “linha do raciocínio”. De desvio em desvio, anda-se “a passo de caranguejo”. Recordando Marshall McLuhan, trata-se de ensinar menos por mensagem e mais por massagem.
Angelo Branduardi é um compositor e interprete folk / rock italiano. “Trovador contemporâneo”, inspira-se na música medieval e renascentista. Compõe, frequentemente, letras alheias. Consta entre os compositores e cantores mais famosos da Europa (além-Pireneus). Partilhou uma música com Teresa Salgueiro, Nelle Palludi di Venezia (2000), integrada no álbum Obrigado (2005). De Itália até Portugal, a passo de caranguejo.
Angelo Branduardi e Teresa Salgueiro, Nelle Palludi di Venezia. 2000. Teresa Salgueiro, Obrigado, 2005.
3 responses to “A passo de caranguejo. A canção da morte”
Trackbacks / Pingbacks
- Janeiro 10, 2017 -
- Junho 15, 2020 -
A passo de caranguejo, como tudo o resto. Não sá a canção mas a morte, morremos aos nacos.