Amor mecânico
Se sente um amor ingénuo, sincero, fiel e ternurento e não o consegue expressar, diga-o com máquinas. Funciona. Un robot y una aspiradora logran estimular más nuestras fibras sensibles do que Romeo y Julieta. Por supuesto. No palco da vida, o amor mecânico está em vias de superar o amor trágico. Em breve, Cyrano de Bergerac vai declarar-se mais ou menos deste jeito: “És uma máquina! Adoro o modo como trabalhas. Os parafusos todos no sítio e um aroma a lubrificante…”
Vêm a propósito muitos vídeos, alguns famosos como o All is full of love, da Bjork. Opto, porém, pelo vídeo Just like, da desconhecida banda Beat Dis.
Marca: Vorwerk Kobold VR200. Título: Love sucks. Agência: Saatchi & Saatchi Dusseldorf. Direção: Jamie Rafn. Alemanha, Setembro 2014.
Beat Dis (2), Just like, Keep Still, Hungria, 2007.
Não gosto de máquinas! Logo, impensável este amor!
Como é que o Amor se pode tornar mecânico? Se é mecânico é Amor? Será realidade ou ilusão?
Crianças que fomos, que somos e seremos crescemos acreditando que o amor é algo que se sente por outra pessoa e é eterno. Amor como uma dança, entre dois corpos, que se contemplam, livres, belos…
E não o compreendo, uns tentam o definir, outros dizem que é psicológico, um fenómeno/ reacção que acontece no nosso cérebro. Tornando cada vez mais, a meu ver, a palavra amor banal. Passando de eterno a algo fictício ou imaginário… Até existem várias formas de amar!
Como é que algo tão magnífico pode ser mecânico ou vir a ser mecânico? E porquê está em vias de superar o amor trágico? Será que o amor está condenado? Ou seremos nós, com as nossas definições, crenças, complexidade, que poluímos algo tão puro e misterioso…
Que é feito daqueles que um dia desejaram o amor eterno… E quem sabe lá no fundo também o desejamos em segredinho.
E eu acredito que o amor é a salvação terrena, é a base de toda a nossa existência, a base da eterna felicidade…
(Como o seu texto pode ter diferentes interpretações, decerto esto não tem nada haver mas mesmo assim comento)