Partos extravagantes
Embora o parto seja um dos atos humanos mais íntimos, não escapa ao humor da publicidade. Em 2002, num anúncio da X-box o nascimento de um bébé assemelha-se à abertura de uma garrafa de champanhe. Neste Birth, do álbum Pocket Symphonies de Sven Helbig, o trabalho de parto é acompanhado por uma orquestra.
Fantasiar a propósito do parto, parodiar o nascimento, não é apanágio do nosso tempo. François Rabelais, num livro escrito em 1534, descreve deste modo o nascimento do gigante Gargântua, pai de Pantaguel: Gargamelle, a mãe, grávida de onze meses, empanturra-se com tripas de boi. Tanto comeu que acaba por dar à luz as próprias tripas. Com as saídas de baixo obstruídas, a criança, Gargântua, “entra na veia cava e, trepando pelo diafragma até acima dos ombros (onde a dita veia se divide em duas), tomou caminho à esquerda e saiu pela orelha esquerda. Acabado de nascer, não gritou como as outras crianças: ‘Mies! Mies! Mies!’ , mas a alta voz: ‘A beber! A beber! A beber!’, como se estivesse a convidar todo o mundo a beber.” Mas há casos mais complicados do que o de Gargântua. Nascer, por exemplo, de uma costela ou de uma coxa masculina.
Marca: Sven Helbig’s Pocket Symphonies. Título: Birth. Agência: Kolle Rebbe, Hamburg. Direção: Kai Schonrath. Alemanha, Março 2013.
Marca: Xbox. Título: Champagne. Agência: Bartle Bogle Hegarty. Reino Unido, Janeiro 2002.