Grotesco maneirista: Christophe Jamnitzer
“Já no maneirismo, o mundo às avessas se manifesta com frequência na desorientação dos labirintos, de modo que, nesse ponto, o grotesco maneirista se aproxima do romântico, visto que se pauta pela confusão da perspectiva e falta de referência apresentados pelo olhar do indivíduo inserido em um mundo incerto, aberto ao hostil e cujos suportes parecem desmoronar” (Santos, Fabiano Rodrigo da Silva, Considerações sobre aspectos do grotesco na poesia de Bernardo Guimarães e Cruz e Sousa, São Paulo, Editora UNESP, 2009, p. 122).
O livro de gravuras (Neuw Grottessken Buch, 1610) do ourives alemão Christophe Jamnitzer (1563-1618) constitui um bom exemplo de grotesco maneirista. As linhas curvas desdobram-se instáveis, tensas, em movimento. A criatividade subjectiva exacerba-se numa artificialidade sofisticada. Os fenómenos mais desencontrados cruzam-se e abraçam-se, como ocorre no sonho e na loucura. E a ausência de enquadramento concorre para dispensar a perspectiva e suspender a gravidade.
- Christoph Jamnitzer, Neuw Grottessken Buch 1
- Christoph Jamnitzer, Neuw Grottessken Buch 2
- Christoph Jamnitzer, Neuw Grottessken Buch 3
- Christoph Jamnitzer, Neuw Grottessken Buch 4
- Christoph Jamnitzer, Neuw Grottessken Buch 5
- Christoph Jamnitzer, Neuw Grottessken Buch 6
- Christoph Jamnitzer, Neuw Grottessken Buch 7
- Christoph Jamnitzer, Neuw Grottessken Buch 8