Gosto de gostar

Acontece-me pensar que se tornou de bom tom não gostar. Por desgaste (os veteranos já gostaram tudo), por elitismo (para os snobs nada os merece), por universalismo (os omnívoros gostam de tudo, logo de nada) ou por previdência (são os viciados em preservativos do desejo). Pois, eu arrisco gostar. Gosto, por exemplo, de Jacques Séguéla, que foi uma lufada de ar fresco na França do último quartel do séc. XX. Responsável pelas campanhas eleitorais de Chirac e de Giscard d’Estaing, celebrizou-se com o slogan “A Força Tranquila” da campanha de François Mitterand. Publicou uma dezena de  livros dedicados à publicidade. Destaco: o best-seller Ne dites pas à ma mère que je suis dans la publicité… elle me croit pianiste dans un bordel, Flammarion, 1979 ; Hollywood lave plus blanc, Flammarion, 1982 ; e Fils de pub, Flammarion, 1984. Gosto, principalmente, dos seus anúncios. Por exemplo, Les Chevrons Sauvages (1985), da Citröen, um marco na história da publicidade.

Gosto também do trabalho da agência de publicidade Euro RSCG, de que Jacques Séguéla é fundador e vice-presidente. Trata-se de uma multinacional com implantação em Portugal. Retenho dois vídeos: o primeiro é um anúncio português (Fundação EDP Ilumina, 2010); o segundo é uma montagem de prints recentes feita, em 2011, pela Euro RSCG Worldwide.

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