A um filho emigrante

“O que o pai calou aparece na boca do filho, e muitas vezes descobri que o filho era o segredo revelado do pai” (Friedrich Nietzsche, Humano, Demasiado Humano, 1878).
“O Filho de Deus tornou-se homem para possibilitar que os homens se tornem filhos de Deus” (C.S. Lewis, Mere Christianity, 1952).
Passaram trinta e um anos, toda e metade de uma vida. A primavera e o outono. Revejo-me como num espelho maior e melhor, com invulgar determinação em crer, querer, arriscar e criar. Quem tem a bênção de um filho não precisa renascer, simplesmente congratular-se e agradecer.
Como lembrança, acrescento, sem surpresa, quatro músicas. É o bem mais disponível, pessoal e rápido para enviar para a Holanda. Podem não entusiasmar de imediato, mas estou convencido que pertencem àquelas que se prestam a que as interrompamos a meio para voltar a escutá-las com outros ouvidos. Possuem a virtude de nos sintonizar à distância. Formam dois pares: um, “primaveril”, que abre com um bailado de Pina Bausch, o outro, “outonal”. Duas músicas para adormecer a Sara, outras tantas para a acordar.
João e Sara
Um país de emigrantes e da “geração mais qualificada de sempre”! Há qualquer coisa aqui que não bate certo…