No tempo em que os burros cantavam

Do disco Obsidienne, La Fête des Fous, 2005.
Andava com vontade de publicar um artigo sem interesse.
Gosto dos burros! Excepto os burros com ceptro e título. O burro é o meu símbolo preferido. Serviçal e teimoso. Por que desprezamos quem nos serve e aclamamos quem servimos?

Chris Beatrice. Luteplayer. 2010.
Nos artigos publicados no Tendências do Imaginário dedicados à música da missa do burro (O burro e a cenoura; Tolos e burros) cingi-me à obra do Clemencic Consort. Na verdade, a missa do burro, bem como a Festa dos Tolos, celebrava-se em várias cidades medievais europeias.
Encontrei no computador duas obras sobre a Festa dos Tolos: Obsidienne, La Fête des Fous, 2005 ; e Choeur de Chambre de Namur, Missa Goliardica, Messe des Fous, 2005. Seguem dois excertos : no primeiro, o zurro do burro é ostensivo ; no segundo, mais discreto,na parte final os versos terminam com pronúncia de asno. Quem dera aos cavalos cantar como os burros!
Obsidienne. “Les femmes amoureuses de l’âne”, La Fête des Fous. 2005.
Choeur de Chambre de Namur, Missa Goliardica, Messe des Fous, 2005. Excerto.