O voo do avestruz

“Não se teria jamais atingido o possível, se não se houvesse tentado o impossível” (Max Weber, 2004, Ciência e Política: Duas Vocações, São Paulo, Editora Cultrix, p. 123).
Costuma dizer-se “enfiar a cabeça num buraco como um avestruz”. Mas o avestruz não enfia a cabeça em nenhum buraco; em caso de ameaça, coloca a cabeça junto ao solo com o pescoço esticado para se camuflar, à distância, como um arbusto ou uma pequena rocha. Quem enfia a cabeça na areia somos nós, os seres humanos. Tanto que as nossas cabeças ficam a chocalhar. O avestruz voa? Graças à realidade virtual e ao sonho. A ilusão e o sonho tornados vontade e a vontade, técnica e magia. Mais ou menos como voam os seres humanos. Mas há muito quem nem sequer descole.
O voo constitui um dos tópicos preferidos do Tendências do Imaginário. O anúncio da Samsung, Ostrich, é brilhante. A ideia é original e inesperada. A técnica soberba. A história bem contada, a sequência com a sombra no solo do avestruz voador perseguida pelos outros avestruzes é espantosa. O slogan é intemporal: Do what you can’t.
Rare Bird. Flight. As your mind Flies By. 1970.
2 responses to “O voo do avestruz”
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- Setembro 15, 2019 -
Sempre gostei desta máxima “Não se teria jamais atingido o possível, se não se houvesse tentado o impossível” (Max Weber, 2004, Ciência e Política: Duas Vocações, São Paulo, Editora Cultrix, p. 123). Os vídeos clarificam-na muito bem.O Professor até que tem reflexões assertivas 🙂 . Verdade, só começando por fazer o impossível se concretiza a “tirada da cabeça da areia”.