Dentro e fora. O olhar do século.
Dentro ou fora? De dentro para fora? De fora para dentro? Dentro e fora.
Para Francesco Casetti, o cinema é o olhar do século XX (L’occhio del Novecento. Cinema, esperienza, modernità, Milano, Bompiani, 2005), um olhar que entra no ecrã, do cinema ou da televisão (Dentro lo sguardo. Il film e il suo spettatore, Milano, Bompiani, 1986; com F. di Chio, Analisi della televisione. Strumenti, metodi e pratiche di ricerca, Milano, Bompiani, 1998).
“With regard to vision, the film aims to “fill the eyes” of the spectator, to solicit him sensually: the filmic experience mobilizes a perceptive intensity that allows the spectator to “immerse” him or herself in that which he or she is watching. In this sense we can say that filmic images, more than objects to be seen, constitute a visual environment. But film seems to do other things, as well: it seems to want to “restitute” to the spectator that reality which on the screen is not present if not in its appearance; and it seems to want to do so through an illusion” (Casetti, Francesco, 2007, The Filmic Experience: An Introduction, p. 10: https://francescocasetti.files.wordpress.com/2011/03/filmicexperience1.pdf).
O envolvimento visual, além de propiciar a entrada do olhar no ecrã, promove a imersão do próprio espectador, convidado a co-construir a experiência fílmica. “O olhar do século XX” não é apenas imersivo, não se limita a “encher os olhos”, é também interactivo. A imersão coexiste com um sentido de distanciação. Dentro e fora, o cruzamento de olhares conjuga-se na experiência fílmica. O anúncio do Seattle International Film Festival contempla, de algum modo, este tango de perspectivas.
Anunciante: Seattle International Film Festival / SIFF. Título: Be Watching. Agência: Wongdoody. Direcção: Lindsay Daniels. USA, 2015.
Magnificamente explicativo, passamos de atores a agentes sem que demos por isso.