O bom e o mau ladrão
Os discursos do poder sobre a ciência lembram-me duas passagens da Bíblia; o bom e o mau ladrão no Calvário e a parábola do trigo e do joio.
Habituámo-nos a diversas classificações das ciências: nomotéticas e ideográficas; dedutivas e indutivas; duras e moles; experimentais e não experimentais; cosmológicas e noológicas; formais e factuais… Confrontamo-nos agora com um mandamento novo: produtivas e não produtivas. São prestáveis as ciências com impacto no crescimento económico. As demais são imprestáveis. As primeiras merecem investimento público adicional. As demais, nem uma esmola. Não é fácil discernir a fronteira entre as duas ciências. Recorro, por isso, à catequese pela imagem.
Desde Aristóteles, não se vislumbra distinção tão profunda e orgânica como esta entre cientistas produtivos e cientistas não produtivos. Como se pode comprovar na figura 1, a diferença radica no próprio cérebro: uns são produtivos, outros não. Uma tumografia pode ajudar a identificar um cientista produtivo.
Os efeitos das ciências produtivas são observáveis na própria fisionomia do cientista (ver figura 2). Existem sinais exteriores de cientificidade produtiva. A antropologia Física pode ajudar a classificar os cientistas
O cientista imprestável desperdiça, em contrapartida, o dinheiro público, que tanto custa a sacar aos cidadãos, em investigação inútil do ponto de vista do crescimento económico (ver figura 3). As Ciências do Espírito podem ajudar a caracterizar o perfil comportamental das diversas figuras de cientistas.
Complexa abordagem!Mas muito pertinente, na época que vivemos, ou conveniente, ou miserável!