Inchaços
Os romanos estão loucos! Os franceses, também! E os japoneses não destoam. Mas o que me interessa são os inchaços dos portugueses. Não conheço país onde os patrões e os patrões dos patrões consigam tamanha notoriedade mediática. Algo como uma bolha (im)pressionante. Dizem que a função pública está inchada! Se Portugal está mal, cumpre-lhe a ela tomar o remédio! Menos 200 000 funcionários, e talvez não seja suficiente!
Quem, nas últimas décadas, inchou foi o sector empresarial financeiro. Até deu um arrombo no barco lusitano. Remédio: injecta-se dinheiro nacional e europeu. Não sei se as empresas e o tecido empresarial incharam muito ou pouco. Cada mês, mais de 700 empresas entram em processo de insolvência. E o desemprego não dá sinais de desinchar… It’s the econonomics, stupid! Até onde poderemos emagrecer o nosso Estado duplamente social? Duplamente, porque apoia a base mas também o topo da pirâmide. Temos o RSI, para sustento dos mais carenciados, mas também temos as OP e as PPP para as empresas, sobretudo as grandes. Obras públicas desenfreadas e parcerias público-privadas generosas. Uma barrigada que levará décadas a esvaziar. Resgate-se, estimule-se e pague-se até ao último anel! Em Portugal, os inchaços são maiores do que o pé do japonês. E estão onde se sabe. Querem, no entanto, que seja o Estado a emagrecer: 200 000 despedimentos, nem mais nem menos. Uns engordam, e os outros que tomem o laxante. É melhor calar-me, para dar o exemplo.
Marca: Sunshine Sakae. Título: Táxi. Agência: ADK (Tokyo). Japão, 2012.