Solidariedade animal
Este anúncio da Budweiser é tão sweet, que lhe acrescento un soupçon de sel.
“Fizestes o caminho do verme ao homem, e muito, em vós, ainda é verme. Outrora fostes macacos, e ainda agora o homem é mais macaco do que qualquer macaco” (Nietzsche, Assim falou Zaratustra).
Marca: Budweiser. Título: Lost Dog. Agência: Anomaly. Direcção: Jake Scott. USA, Janeiro 2015.
Ensimesmamento
“Uma gota de amor vale mais do que um oceano de razão e de vontade” (Blaise Pascal).
Não gosto de não gostar. O que não me impede de torcer o nariz a egolatrias e egoismos. Entre o zelo do homem que se promove a si próprio e a loucura do cão que se apaixona pelo rabo, prefiro a loucura do cão. Milen Vitanov, o autor desta curta-metragem, conhece, decerto, tão bem as pessoas quanto os cães. Não sei se pensa como Blaise Pascal: “Quanto mais observo os homens, mais gosto do meu cão”.
Título: My Happy End. Direção: Milen Vitanov. Estúdio HFF. Alemanha, 2007.
Temos que falar
Esta conversa entre um homem e um cão é uma ternura. Quem adopta quem? Nos tempos que correm, todos somos, mais ou menos, adoptados.
Tradução: “Sabes uma coisa? Tenho andado a dar muitas voltas à cabeça. A vida não é fácil. Tu já não és um cachorro e creio que tens que saber: és adoptado.
Anunciante: Pedigree. Título: Tenemos que hablar. Agência: BBDO México. Direcção: Rodrigo García. México, Maio 2014.
O sushi e a identidade líquida
Existe a ambivalência das máscaras, bem como o interminável strip-tease da pessoa, mas no caso do sushi a identidade tem que ser garantida.
Marca: Gin no Sara. Título: Dog. Agência: Dentsu (Tokyo). Japão, 2012.
Dança com tinta
O Carlos Nascimento intitulou o seu projeto de dissertação “O Lugar da Estética na Publicidade Atual”. Não resisto à tentação de reescrever “A Publicidade como Lugar da Estética Contemporânea”, por sinal, o mais mediático. Neste jogo de palavras cabe o anúncio produzido pela SuperFad, em 2007, para a NAB, com o objetivo de ilustrar as potencialidades da Phantom HD. Técnica e arte na publicidade.
Publicidade a dobrar
Um anúncio dentro de um anúncio só pode ser obra de publicitários. O cão parece ter queda para a publicidade. Mostra a utilidade do produto e não esquece a sensibilização do público. A meu ver, aposta demais na primeira e de menos na segunda.
Marca: Thinkbox. Título: Dogs. Agência: The Red Brick Road. Direção: Si & Ad. UK, Maio 2012.
Abaixo de cão
Como sublinha Vilfredo Pareto, a lógica e a verdade não constituem necessariamente os melhores argumentos para convencer e mobilizar as pessoas. O exagero e o absurdo são, frequentemente, mais eficazes. Acrescente-se um fim inesperado a uma história reciclada e temos uma receita típica de muitos anúncios de sensibilização.
Anunciante: Comision Nacional de Derechos Humanos del Distrito Federal. Título: Old Man. Agência: Young & Rubicam Mexico. México.