O Homem sem Qualidades e a Banalidade do Mal
O primeiro de abril também é dia de persistir na aproximação da verdade.

“O problema com um criminoso nazista como Eichmann é que ele insistia em renunciar a qualquer traço pessoal. Como se não tivesse sobrado ninguém para ser punido ou perdoado. Repetidas vezes ele protestava rebatendo as questões da promotoria dizendo que não tinha feito nada por iniciativa própria. Que jamais fizera algo premeditadamente para o bem ou para o mal. Apenas cumprira ordens. Esta desculpa típica dos nazistas torna claro que o maior mal do mundo é o mal perpetrado por ninguém. Males cometidos por homens sem qualquer motivo, sem convicção, sem razão maligna ou intenções demoníacas. Mas seres humanos que se recusam a ser pessoas. E é este fenómeno que eu chamei a ‘banalidade do mal’ (Hannah Arendt).