A lupa e o telescópio. O tango das escalas

“Lorsqu’on change d’échelle les phénomènes changent non seulement de grandeur mais aussi de nature / Quando se muda de escala os fenómenos mudam não só de dimensão mas também de natureza” (Olivier Dollfus, L’espace géographique, Paris, P.U.F., 1970, p. 22)
Importa cruzar escalas: observar de perto, para sentir, senão partilhar, o que as pessoas fazem; e com algum recuo, para saber, senão estranhar, o que se está a fazer.
Procissão, de Jean Villaret, e Amsterdam, de Jacques Brell, possuem a virtude de oscilar entre o pormenor e o conjunto, o ato e o resultado, os participantes e uma realidade coletiva, a procissão, os marinheiros e a cidade, Amsterdão. São, certamente, diferentes, mas a diferença não constitui, necessariamente, um problema.