A lupa e o telescópio. O tango das escalas

Giuseppe Arcimboldo. Vertumnus (1591) e Flora (c. 1589). Montagem.

“Lorsqu’on change d’échelle les phénomènes changent non seulement de grandeur mais aussi de nature / Quando se muda de escala os fenómenos mudam não só de dimensão mas também de natureza” (Olivier Dollfus, L’espace géographique, Paris, P.U.F., 1970, p. 22)

Importa cruzar escalas: observar de perto, para sentir, senão partilhar, o que as pessoas fazem; e com algum recuo, para saber, senão estranhar, o que se está a fazer.

Procissão, de Jean Villaret, e Amsterdam, de Jacques Brell, possuem a virtude de oscilar entre o pormenor e o conjunto, o ato e o resultado, os participantes e uma realidade coletiva, a procissão, os marinheiros e a cidade, Amsterdão. São, certamente, diferentes, mas a diferença não constitui, necessariamente, um problema.

Procissão (1956), poema de António Lopes Ribeiro, declamado por João Villaret. RTP, década de 50.
Jacques Brel. Amsterdam. 1964. ORTF, 10/11/1966.

Tags: , , , , , , ,

Leave a Reply

Discover more from Tendências do imaginário

Subscribe now to keep reading and get access to the full archive.

Continue reading