Convite à viagem
Quando escuto música francesa, espanhola, italiana, portuguesa ou brasileira, acontece entusiasmar-me. Anuncia-se difícil desligar. Neste mundo, com esta globalização, os Doors, os Pink Floyd, os Rolling Stones ou os Moody Blues fazem parte da minha identidade, não fazem, contudo, parte da minha identificação específica, mais ancorada em outros compositores e cantores, tais como Jacques Brel, Angelo Branduardi, José Afonso ou Maria Bethânia. Convocam outras raízes e provocam outros sentimentos. São “cânticos da alma”, que se destacam não tanto pela qualidade, mas, como diriam os galegos, pelas afinidades do fado e de fala.
- No artigo precedente, Perto do Céu, Antony canta com Franco Battiato, compositor, cantor, pintor e escritor italiano, “un símbolo de la cultura europea moderna: iconoclasta, misterioso, místico, único” (El Mundo, Martes, 18 mayo 2021 – 17:20). Com cerca de 40 álbuns editados, Franco Bettiato faleceu em maio do ano passado com 76 anos de idade, vítima de “uma doença que lhe devorou lentamente o cérebro prodigioso”.
Não é fácil selecionar três músicas de uma discografia tão extensa e diversificada. Seguem Invito al viaggio, La cura e La stagione dell’amore. O videoclip oficial de La Cura foi filmado em Lisboa e a presente versão de Invito al viaggio é transmitida pela televisão espanhola, dois indícios de alguma cumplicidade.