Outras músicas

Música na corte de Alfonso X.

Temos, hoje, acesso a uma infinita diversidade de músicas. Multiplicam-se as fontes, os instrumentos e os géneros, ora mais distantes, ora mais distintos. Apraz-nos contrapor, por exemplo, uma música eletrónica japonesa (1978: no auge dos Kraftwerk) e uma canção medieval em galego português (Alfonso X, o Sábio, século XIII). Como seria a música eletrónica dos Yellow Magic Orchestra interpretada com instrumentos antigos? Os ouvidos adaptam-se numa acústica imaginária. E as imagens? Não é maior a sua infinita diversidade? As imagens são tantas que se tapam umas às outras. Às vezes, a aproximação de duas realidades desvaloriza-as. Será o caso destas músicas? Dialogam? O que é humano dialoga.

Clemencic Consort. Cantiga 166 (Como Poden). Cantigas de Santa Maria. Alfonso X, o Sábio. Clemencic Consort, Les Cantigas de Santa Maria Vol.2. 1976.

Yellow Magic Orchestra. Computer Game (Theme from the invader), Yellow Magic Orchestra. 1978.

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6 responses to “Outras músicas”

  1. Luís Bastos says :

    Os coros que acompanhavam o desenrolar da tragédia grega representada nos palcos dos anfiteatros construídos por verdadeiros génios da acústica, não chegaram até nós, perderam-se. Como seria aquela música cantada e que certamente era composta tendo em vista a manipulação das emoções, o transe,mesmo, dos milhares de espectadores? Pode, por exemplo, a Antígona, ser comprendida, na sua plenitude, sem os coros que “falavam” pela sua alma?
    Que sonoridade teriam aqueles gritos, que nos pariram?

    LB

    • tendências do imaginário says :

      Luís, Os teus comentários são dos mais interessantes do blogue. Fico à espera. Um abraço.

      • Luís Bastos says :

        Raramente comento, porque raros são os blogues que me suscitam interesse. Mas o seu blogue tem, de facto, algo de muito peculiar… Vale a pena!
        Obrigado,
        Um abraço

    • tendências do imaginário says :

      Devo-te uma resposta a um comentário anterior. Não incluí o Jour de Fête. do Jacques Tati, nos exemplos da volta a França, não só porque sobravam os exemplos, mas sobretudo porque o Jacques Tati pertence a outro campeonato. Todos os anos costumo passar aos alunos de Sociologia da Cultura, alternadamente, ou o Jour de Fête ou o Mon Oncle. O Jour de Fête, para leitura da relação com o tempo e o Mon Oncle para leitura da relação com o espaço. Também para treino de microssociologia. Ambos funcionam bem. Para treino de microssociologia também costumo recorrer à Festa de Babette. Um abraço.

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  1. Ecos medievais | Tendências do imaginário - Setembro 10, 2021

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