Acima do céu
A vida é um percurso pautado pela vocação:
“Eu sempre soube que queria ser arquiteta. Aos doze anos comecei a desenhar planos de casas”.
A vida é uma ascensão piramidal, com plataformas de lançamento. Uma odisseia individual. Uma provação qualificadora.
“Saí de Espanha pela primeira vez aos dezassete anos. Sair de Santiago de Compostela para o Norte de Inglaterra foi um grande choque cultural. Comecei a minha carreira em Manchester e consolidei-me em Londres durante dez anos (…) O maior desafio foi a mudança para Nova Iorque (…): fui para a grande maçã. Um momento de loucura, mas também um momento de determinação absoluta, perseverante, obsessiva (…).
Acima do céu, mora o sucesso merecido. O êxito. A consagração. A febre do chamamento.
“Três anos mais tarde, era vice-presidente de uma companhia de promoção imobiliária de grande talento e já tinha construído o meu primeiro edifício em Brooklyn (…) Dois anos depois montei a minha própria empresa”.
Qual é o etos desta arte do bom sucesso? Aproxima-se da ética protestante (Max Weber). Um modo de estar num mundo global teimosamente moderno.
“Não acredito nas casualidades. Creio na determinação, na perseverança, no esforço. O talento é apenas um veículo em que nos transportamos. O combustível”.
Berta Willisch, arquiteta reputada, está, sempre esteve, em estado de graça. Estado que soube aproveitar. Sempre a mesma Berta Willisch, do berço ao topo.