A informação e a felicidade

Oreo

Publiquei o anúncio Biblioteca, da Oreo, no facebook, em 2011. Retomo-o. É uma delícia. Trata da felicidade com que tantas vezes nos desencontramos. Ando com um pensamento a estorvar-me a cabeça: onde pára a felicidade na televisão, designadamente na informação? Nos anos sessenta chamava-se à televisão a “caixa mágica”, encarada como uma adição da sociedade do consumo e da imagem. Da sociedade do consumo e da imagem, ainda não saímos. E a felicidade na informação televisiva continua rara. Parece ser mais natural gerar medo, insegurança e tristeza do que inspirar confiança, esperança e felicidade. Há atracção pela aflição? Compensa dramatizar o drama e exacerbar a tragédia? Palpita-me que a felicidade não mora na informação televisiva. E o golo? E a canção? E o senhor euromilhões? E os festivais? E a saída do lixo? São alegrias, emoções passageiras. A felicidade é um sentimento. Na “caixa mágica” até as alegrias tendem a definhar como uma realidade enrugada passada a ferro de engomar. Não é fácil contribuir para a felicidade alheia. Tão pouco para a própria. Importa a interacção e o calor humano. Conheci a Felicidade; era uma excelente pessoa; morreu há muito tempo.

Marca: Oreo. Título: biblioteca. Agência: Draftfcb Argentina. Director: Martín Hodara. Argentina, 2010.

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One response to “A informação e a felicidade”

  1. Beatriz Martins says :

    Maravilhoso, o anúncio e a análise.Saudades sim, da felicidade.Era tão simples!Instalou-se o espetáculo de choque, mau, o pânico vem com ele.

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