Havemos de ir a Viana

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Desfile da mordomia. Maria Emília Vasconcelos. Fotografia: AG.

Quem investiga, algo encontrará. Nem que seja vinte anos depois. Tirei esta fotografia em Viana do Castelo, em 1998, no dia do desfile da mordomia. O cortejo aprontava-se nas imediações do Governo Civil. Maria Emília Vasconcelos possuía uma colecção ímpar de “trajes à vianesa” (sobre a vida e a obra de Maria Emília de Vasconcelos, ver Autores de Viana. Maria Emília Sena Vasconcelos). Fazia questão de acompanhar as mordomas antes do desfile. Para ajudar e aconselhar a forma de trajar. Ajudou-nos, generosamente, na pesquisa associada ao livro A Romaria da Srª d’Agonia – Vida e Memória da Cidade de Viana (http://www.comunicacao.uminho.pt/cecs/content.asp?startAt=2&categoryID=722&newsID=1908). Era coleccionadora. Reuniu documentação vasta e rara, que incluía, por exemplo, bilhetes para as touradas do início dos anos cinquenta. Uma memória nobre. Viana do Castelo tem uma rua com o seu nome.

Pois, Havemos de ir a Viana, poema de Pedro Homem de Mello, música de Alain Oulman e voz de Amália Rodrigues.

Amália Rodrigues / Pedro Homem de Mello / Alain Oulman. Havemos de ir a Viana.

Havemos de ir a Viana

Entre sombras misteriosas,
Em rompendo ao longe estrelas.
Trocaremos nossas rosas
Para depois esquecê-las.
Se o meu sangue não me engana,
Como engana a fantasia.
Havemos de ir a Viana,
Ó meu amor de algum dia.
Ó meu amor de algum dia,
Havemos de ir a Viana.
Se o meu sangue não me engana,
Havemos de ir a Viana.
Partamos de flor ao peito,
Que o amor é como o vento.
Quem pára perde-lhe o jeito,
E morre a todo o momento.
Se o meu sangue não me engana,
Como engana a fantasia.
Havemos de ir a Viana,
Ó meu amor de algum dia.
Ó meu amor de algum dia,
Havemos de ir a Viana.
Se o meu sangue não me engana,
Havemos de ir a Viana.
Ciganos, verdes ciganos,
Deixai-me com esta crença.
Os pecados têm vinte anos,
Os remorsos têm oitenta.

Pedro Homem de Mello

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