Peregrinos e missionários

Há quem viaje para conhecer e quem viaje para se dar a conhecer. No mundo das ciências e das artes, a tendência crescente é viajar para se dar a conhecer. Sinto-me, no entanto, mais próximo dos primeiros, os peregrinos, do que dos segundos, os missionários. Nos anos setenta, viajei pela Europa do Leste. Desencantei os Omega, um grupo húngaro de rock progressivo, talvez a melhor banda rock da história da Hungria, um país com vasta tradição musical. Guardo dois álbuns no cantinho dos semáforos arqueológicos. Lembrei-me dos Omega durante a passagem de ano. Não sei porquê. A minha memória não segue o fio da razão. Dos Omega, escolho uma canção de 1969: Gyöngyhajú lány (The girl with the pearl’s hair), do álbum 10 000 lépés. Segue a versão ao vivo do concerto dos 50 anos, na Hungria, em 2012. Os Omega são pouco conhecidos em Portugal tal como os Xutos e Pontapés devem ser pouco conhecidos na Hungria. Fossem ambos ingleses ou norte-americanos e seriam, provavelmente, conhecidos em ambos os países. Assim pende a democracia cultural global. É o princípio da justeza variável: uns viajam sentados; outros fartam-se de andar sem nunca chegar.

Para aceder aos vídeos, carregar nas imagens.

OmegaOmega. Gyöngyhajú lány (The girl with the pearl’s Hair). 1969. Concerto dos 50 anos. 2012.

Dizia-se, na altura, que os Omega eram parecidos com os Uriah Heep. Como o Tendências do Imaginário ainda não contemplou esta banda, segue  a canção Lady in Black, do álbum Salisbury, de 1971. Com Ken Hensley, a solo, ao vivo, em Frankfurt, numa fase avançada da carreira.

Uriah Heep

Uriah Heep. Lady in black. Salisbury. 1971. Ken Hensley, a solo, em Frankfurt.

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One response to “Peregrinos e missionários”

  1. Beatriz Martins says :

    Gostei do grupo, mas não gostei menos da analogia, “conhecer e dar-se a conhecer”

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