In Vino Veritas
No inverno, entre São Martinho e São Nicolau, castanhas e vinho! Num fresco de Pompeia, do século I, Baco aparece todo vestido com uvas (figuras 1 e 2). O vinho, apreciado pelos antigos egípcios, gregos e romanos (figuras 3 e 4), conhece na Idade Média um franco recrudescimento. Graças, sobretudo, aos monges e aos mosteiros (figura 5). Existem muitas iluminuras e tapeçarias medievais alusivas ao vinho. Selecionei uma pequena mão cheia.
Nas Très Riches Heures du Duc de Berry (1400), uma vindima ilustra o mês de Setembro (figura 6). Nas Grandes Heures de Rohan (1415), uma iluminura contempla o ciclo do vinho: vindima; transporte; pisar das uvas; introdução do vinho nas pipas (figura 7). A tapeçaria exposta no museu de Cluny, do início do séc. XVI, acrescenta a imagem de uma prensa mecânica, a lembrar uma lagareta (figura 8). Dá o cacho de uvas tantas voltas para um dia transbordar das taças, bebido em companhia (figura 9), e, por vezes, em demasia (figura 10).
- 01 Baco e o Vesúvio. Museu Arqueológico Nacional de Nápoles. Fresco. Séc. I.
- 02 Baco e o Vesúvio. Museu Arqueológico Nacional de Nápoles. Fresco. Pormenor. Séc. I.
- 03 Vindima e prensa das uvas. Mosaico. Igreja de Santa Constanza. Roma. Séc. IV.
- 04 Mosaico alusivo à vinha e a vinificação. Igreja dos Santos Mártires Lot & Procopius. Khirbet Mukhayyat, Jordânia. Séc. VI.
- 05 Iluminura. Monge a provar o vinho. Aldobrandino of Siena. Li livres dou santé. British Library. Séc. XIII.
- 06 Très Riches Heures du Duc de Berry. Mês Setembro. C. 1400.
- 07 IGrandes heures de Rohan. Mês de Outubro. Maître de Rohan, Anjou. 1415.
- 08 Vinificação. Início do séx. XVI. Museu de Cluny.
- 09 Tapeçaria de Bayeux. Séc. XI
- 10. L’ébriété. Ibn Butlan, Tacuinum sanitatis, ca. 1395, Paris.
De Baco aos monges, o vinho no topo!