Meias verdades e explosões

Brain damageHoje deparei-me com o seguinte título do jornal Público: “Os empresários dizem que não têm intenção de investir nos próximos anos” (http://www.publico.pt/economia/jornal/os-empresarios-dizem-que-nao-tem-intencao-de-investir-nos-proximos-anos-26850216). Falta saber onde. Não se assume, nem se comenta, mas os empresários portugueses estão a investir cada vez mais no estrangeiro. Se calhar, é mais um pormenor, como tantos outros, de somenos importância. O panorama é engraçado: quem não tem capital não investe por falta de crédito; quem tem capital investe no estrangeiro (França, Holanda, Angola, Moçambique, Brasil, Polónia, Iraque… Quando penso nos animaizinhos da Páscoa e nos pastéis de nata, com recheio e canela patrióticos, ocorrem-me as explosões dos Pink Floyd.

As explosões são uma marca obsessiva dos Pink Floyd. Em Live at Pompei (1972), o vídeo Careful with that axe, Eugene multiplica as imagens de erupções vulcânicas (http://www.youtube.com/watch?v=AYMyxTFwuz8). Anos antes, o filme Zabriskie Point (1970), de Michelangelo Antonioni, termina com sete minutos de explosões acompanhadas pelos Pink Floyd (vídeo 1). O mesmo cocktail no vídeo Brain Damage/Eclipse (vídeo 2), músicas que fecham The Dark Side of the Moon (1973). Quem não se lembra da explosão do muro em The Wall? E aqueles porcos gigantes que sobrevoam Londres, quem não teve vontade de lhes espetar um alfinete? Explosões em câmara lenta, esteticizadas e intermináveis. Um misto de destruição e libertação… Por uns tempos, não volto aos Pink Floyd. Prometido! Quem dera poder dizer o mesmo dos animaizinhos da Páscoa e dos pastéis de nata.

Michelangelo Antonioni / Pink Floyd. Zabriskie Point. 1970.

Pink Floyd. Brain Damage. 1973.

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