Reis Sábios

O que importa é a visibilidade. Criar não basta. Não fazer coisa que dê nas vistas é fazer coisa nenhuma. É perda de tempo, puro desperdício. Até na ciência, a obra vale pela notoriedade e não pela qualidade. A recepção sobrepõe-se à produção. Mais apostados na disseminação do que na inseminação, borboleteamos a cheirar flores sem folhas. O que não aparece não é, e o que parece é. Tamanho discernimento ofusca-nos e ensina-nos que melhor do que pensar é ter conhecimentos. A propósito de relações e conhecimentos, os Reis Magos também se limitaram a aparecer, com a sua estrela e os seus presentes. E têm mais notoriedade do que Santo Antão, Santo Agostinho ou São Tomás de Aquino. Boas Festas!

René Magritte. The Red Model. 1934

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