Tag Archive | Vento

Vento

Landscape from Saint-Rémy by Vincent Van Gogh, 1889

Comecei por colocar música calorosa. Mas o vento soprou de oeste. Coloco música mas morna.

Ennio Morricone – Theme from “Once Upon a Time in the West”. Soprano: Susana Gigacci. Roma Sinfonietta Orchestra. Verona Arena Concerto. 2002.

Oportunismo simbólico

Se existem Big Ads, o anúncio Sustainability da Mercedes-Benz é candidato. Vento, quase só vento, visível pelos seus efeitos, sob múltiplas formas. O vento permanece um tópico forte do nosso imaginário. Existem três tendências que se afirmam na publicidade atual: a energia, a ecologia e a música “eletronizada”. Destacam-se as três no anúncio. Mas a marca principal reside no sentido de oportunidade: a sobreposição da estrela da Mercedes e da ventoinha da eólica. Ao anúncio, acrescento a interpretação da canção Come Together, dos Beatles, por Lauren O’Connell.

Marca: Mercedes-Benz. Título: Sustainability Initiatives from Mercedes-Benz. Agência: Publicis Emil, Berlin. Direção: Nicolai Fuglsig. Alemanha, março 2021.
Lauren O’Connell. Come Together. Come Together. 2021

O sonho de voar, o negócio de vestir

Burberry. Open Spaces. Outubro 2021.

Voar, eis o sonho! Coreografar, eis a arte! Vestir, eis o negócio!

Marca: Burberry. Título: Open Spaces. Agência: Riff Raff. Reino Unido, outubro 2021.

Agarrar o vento e sentar-se ao sol

Giulio Parigi. O espelho de Arquimedes. 1599-1600.

Cativar o sol e o vento é arte antiga. Arquimedes engenhou, durante o cerco romano a Siracusa, um espelho côncavo cujos raios solares incendiaram os barcos inimigos. O vento soprava nas velas romanas e o sol grego queimava os cascos.

O anúncio The Collectors, da Energy Upgrade California, propõe múltiplas formas, efetivas ou poéticas, de capturar o vento e o sol. Brilhante e original. Belas imagens, bom ritmo, boa música. Um oásis de prazer nas dunas da Internet! Sejam louvadas as energias eólica e solar!

Marca: Energy Update California. Título: The Collectors. Produção: The Corner Shop. Direção: Peter Thwaites. Estados-Unidos, novembro 2020.

A resposta está no fundo

NBFF

A resposta, meu amigo, não está no vento, está no fundo! Perto do museu de cera dos esqueletos. Tu, que vagueias à deriva, não desperdices garrafas. A resposta está no fundo, junto ao cemitério da ambição humana.

Bob Dylan escreveu, em 1962, a canção “Blowing in the wind”, publicada em 1963 no álbum Free Wheelin’. No mesmo ano, surge uma versão cantada pelos Peter, Paul & Mary. Um prémio Nobel dispensa uma micro divulgação; Peter, Paul & Mary talvez sim, talvez não.

Marca: 2017 NBFF. Título: Go Deeper. Agência: RPA. Direcção: Jed Hathaway. USA, Abril 2017.

Peter, Paul & Mary. Blowing in the wind. In the Wind. 1963. Ao vivo em 1965.

Leveza e Turbulência

Hojas y viento

“O seu drama não era o drama do peso, mas o da leveza. O que se abatera sobre ela não era um fardo, mas a insustentável leveza do ser” (Milan Kundera).

A leveza não se reduz à ausência de gravidade. Agradece turbulência. Exterior e, caso disso, interior. Turbulência interior dos santos levitantes, turbulência exterior nos anúncios de Pucho Mentasti. A leveza não emerge de águas pasmadas com rochedos sonolentos. Pendura-se nas asas do vento.

No anúncio “Hojas y viento”, para a Ford, o vento eleva as pessoas. No anúncio “viento”, também para a Ford, tudo se desprende graças ao vento. Predomina, em ambos os anúncios, a sensação de libertação.

Marca: Ford S-Max. Título: Hojas Y viento. Agência: J. Walter Tompson Buenos Aires. Direcção: Pucho Mentasti. Argentina, 2009

Marca: Ford. Título: Wind. Argentina, 2007.