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A Ave, o casal e a lápide

Lançamento do livro Uma Paisagem Dita Casa, 1 de agosto de 2022. Fotografia: Conceição Gonçalves

Prometi, há dois meses, colocar o capítulo “A ave, o casal e a lápide: as esculturas da porta da igreja de São João Baptista de Lamas de Mouro” logo após o lançamento do livro Uma paisagem dita casa, de João Gigante, integrado no programa Quem somos os que aqui estamos?, do MDOC – Festival Internacional de Documentário de Melgaço. Aconteceu ontem.

Lançamento do livro Uma Paisagem Dita Casa. Melgaço, 1 de agosto de 2022. Assistência. Fonte: Melgaço, Portugal começa aqui

Tenho vindo a afastar-me da nobre missão de facultar ciência. Contento-me com namorar o conhecimento. A autoridade da lição e do relatório cede à desenvoltura da poesia, do conto ou da comédia. Entrego-me ao gozo da descoberta e da escrita e aposto no prazer do eventual leitor. Sem lonjuras nem distâncias, próximo das realidades e dos públicos. “A ave, o casal e a lápide” presta-se a ser lido como um romance policial. Nem sequer foi preciso reordenar as etapas da pesquisa. O texto espelha o percurso efetivo. Constitui um exemplo de investigação tal como sucede. Confesso algum carinho por estas páginas: não pretendem desvendar a realidade, mas acrescentar e valorizar; não contabilizam, satisfazem.

Segue o capítulo “A ave, o casal e a lápide: as esculturas da porta da igreja de São João Baptista de Lamas de Mouro”, in Gigante, João, Uma paisagem dita casa, Ao Norte, 2022, pp. 124-139. Acresce a reportagem da visita, em 2021, do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, ao MDOC.

Cerimónia de encerramento e entrega de prémios do MDOC – Festival Internacional de Documentários. Melgaço, 08 de agosto de 2021. © Mário Ramalho/Presidência da República.

O empoderamento do público

France 3

Se bem me lembro, houve telenovelas cujo final era escolhido pelos telespectadores. Agora, graças às novas tecnologias, pode-se acertar, quase em tempo real e sem sair do lugar, no assassino de um thriller.

O canal de televisão France 3 propõe um jogo sentado com assistência electrónica. Parafraseando uma campanha publicitária da Citroen, “nem imaginamos o que a France 3 pode fazer por nós”. Assistimos ao “empoderamento” do público com espinafres digitais. A televisão tem a arte de fazer do espectador um actor, com telecomando em riste. Detectives caseiros passam a rivalizar em inteligência com o Sherlock Holmes (Arthur Conan Doyle), o Hercule Poirot (Agatha Christie) e o Nero Wolfe (Rex Stout). Parafraseando René Descartes (Discurso sobre o Método, 1637), as “celulazinhas cinzentas” são a coisa mais bem distribuída do mundo.

Marca: France 3 + Winamax. Título: La Forêt. Agência: Publicis Conseil. França, Novembro 2017.