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Marcas de fogo

Este anúncio da Zew Zealand Fire Service é exemplar. É minimalista até não poder mais. Nas sequências, nos movimentos, nas personagens, na cor, nas palavras e na música. E, no entanto, impressiona. Sem falhar o alvo.

Anunciante: New Zealand Fire Service. Título: Nightmares. Agência: M&C Saatchi New Zealand. Direção: Glendyn Ivin. Nova Zelândia, Janeiro 2013.

Vestir a cidade

Chorus. Time SquareImporta vestir a cidade, envolvê-la com tecidos e imagens, deixando apenas a descoberto um vislumbre de asfalto, cimento e vidro, num gesto de hiper-sedução (Ugo Volli). No anúncio indiano Usha Janome, a cidade fantasia-se, ao jeito de Joana Vasconcelos, com cores e motivos de encantar. A “Thread Art” da máquina de costura Usher aconchega a pele urbana. Por seu turno, o anúncio neozelandês Times Square, New Zealand mostra uma mega projeção de criações  de estudantes de design neozelandeses nos edifícios de Times Square (Nasdaq, ABC, Fox e Sony) . Para mais informação: http://www.stuff.co.nz/business/industries/7799979/Kiwiana-on-Times-Square-digital-billboards.

Marca: Usha. Título: Usha Janome. Agência: O & M Delhi. Direção: Suresh Eriyat. Índia, Janeiro 2013.

Marca: Chorus. Título: Times Square, New Zealand. Agência: Chameleon Partners. Direção: simon shattky. Nova Zelândia, 2012.

Time no longer matters

Em “Como nunca ninguém viu: O olhar na publicidade” (in Imagem e Pensamento, Coimbra, Grácio Ed, 2011, pp 139-165), abordei a questão da propensão para a distorção do tempo no mundo contemporâneo, convocando uma dúzia de anúncios publicitários como exemplo. O tempo abranda, acelera, para, concorre com outros tempos. O tempo é cada vez menos mágico e cada vez mais alvo de magia. O artigo fecha com a análise de um anúncio em que um homem controla a marcha do tempo e do mundo com um comando de televisão. Este anúncio, uma paródia clara do Senhor dos Anéis, inscreve-se nesta tendência, subjectiva mas também objectiva, de relação distorcida com o tempo.

Unexpected Flight in the Middle Earth

Este anúncio da Air New Zealand é um cocktail prodigioso. Paródia de um ritual quase sagrado do voo comercial: o briefing inicial. Miscelânea de personagens de todas as órbitas, incluindo os reinos do Senhor dos Anéis. Espanto e riso a cada novo personagem ou nova situação. Intertextualidade: como esquecer a cena do bar da Guerra da Estrelas? O grotesco ao serviço da publicidade. Precious!

Marca: Air New Zealand. Título: Unexpected Flight. Agência: 99. Nova Zelândia, Outubro 2012.

O Gato Fisgado

Confrontados, neste anúncio neozelandês, com o percurso acidentado de um gato tomado de amores por um Toyota Corolla, acode-nos uma dissonância sentimental, misto de entusiasmo e de pena. Valem ao bicho as sete vidas bipolares de um felino zombie pinga-amor eventualmente pelado. Em suma, o humor e a compaixão de braço dado na promoção de um automóvel.

Marca: Toyota Corolla. Título: Cat. Agência: Saatchi & Saatchi New Zealand. Direção: Hamish Rothwell. Nova Zelândia, Outubro 2012.

Desespero

A publicidade não se resume apenas a sorrisos e imagens de encantar. Também serve cenas de terror e desespero. Por exemplo, quando eles ficam sem elas (Lindauer, Don’t Worry Boys) ou uma nova versão de um jogo aterroriza os seus fãs (Resident Evil  6. Cries for Help. Live Action TV Trailer). Dois belos apontamentos de expressividade humana.

Marca: Lindauer. Título: Don’t Worry Boys. Agência: DDB Group New Zealand. Direção: William Stahl. Nova Zelândia. Setembro 2012.

Marca: Resident Evil 6. Cries for Help. Live Action TV Trailer. Agência: Brothers and Sisters, London. Direção: Brothers and Sisters. Reino Unido, Setembro 2012.