O real e o original

O anúncio Western faz questão em distinguir o original do real. O real é o que é, embora muitos discordem que assim seja. O original pede algo mais, a modos como um suplemento que cave a diferença, que navegue por outras águas e beba noutras fontes (Royal Bank of Canada; Western; BBDO Toronto; Scott Corbett; Canadá, 2010).

Águas onde beberam  muitos outros originais, séculos a fio, espalhados pelo mundo, como, por exemplo, os ilustradores de livros  medievais que pintaram este “casal de centauros”, ele com arco, ela com asas, ambos entretidos a explorar uma página do Livro de Horas do Infante D. Afonso de Castela (1460s-70s, da colecção da Morgan Library). A originalidade de cepa é quase uma quimera, mormente nas constelações do imaginário.

Qual é o reduto do real quando o expomos aos efeitos de realidade? Sobretudo,  quando a ilusão é tamanha que a tocamos com os dedos? Tal é a “força de acreditar” que move o anúncio do Banif em que “um cavaleiro e a sua montada cavalgam com tanta intensidade e sintonia que acabam por se fundir e transformar num único ser: um imponente centauro” (Banif; Centauro; Brandia Central; Portugal, Janeiro 2008).

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