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Ecrãs de sonho

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Afastemos o mal para demandar a antecâmara do paraíso: a publicidade. Os ecrãs, não sei se nos perseguem, se os perseguimos, mas não paramos de os encontrar. Os ecrãs Samsung levitam, à espera da menina dos sonhos, à espera do sonho. Os ecrãs são o lugar por onde passa o sonho, o lugar do sonho. O resto é animação, engenho e arte.

Marca: Samsung. Título: Holiday Dreams. Agência: R/GA. Direcção: Ben Steiger Levine & Martin Allais. USA, Dezembro 2014.

O elogio do abraço

Wind. papà

“Os laços sociais requerem tempo, proximidade, intercorporalidade e materialidade” (O corpo e a imagem). Eis um truísmo. Toda a gente sabe! Mas não é raro ignorar-se o que se sabe. Especialmente, os grandes teóricos.

A Wind, empresa italiana de telecomunicações, ilustra, numa curta-metragem, a importância da interacção face a face, do estar perto: o filho “regressa para comunicar de verdade” com o pai. “Sometimes to really communicate, technology isn’t everything”.

Marca: Wind. Título: Papà. Agência: Ogilvy & Mather, Italy. Direção: Giuseppe Capotondi. Itália, Setembro 2014.

Aproveito esta breve passagem por Itália, para recordar Serge Reggiani, um grande actor e, sobretudo, um grande intérprete da “canção francesa”.

Serge Reggiani. Ma liberté.

O Corredor Tecnológico

ARRISA ARRIS é uma empresa da área da comunicação e da informática. O anúncio Inventing the Future começa num hangar com imenso espaço inocupado. Uma metáfora do presente? Do futuro? Do futuro no presente (Barbara Adam)? O protagonista entra num corredor. Não se vislumbra o fundo. Em jeito de paredes, inúmeros objectos electrónicos empilhados: televisores, computadores, monitores, despertadores, rádios… A disposição não é casual, mas também não é linear, nem geométrica. Há margem para a diversidade e para a originalidade. Este desarranjo na representação da história da tecnologia electrónica constitui uma das características mais relevantes do anúncio. O corredor é o passado no presente (Barbara Adam). Parece um labirinto. Mas não é! Não há modo de se perder. O homem da Arris avança seguro, sem hesitação, maquinal. Sem parar! O avanço no corredor faz lembrar um videojogo. Mas não é. Tem níveis mas não tem conclusão. Trata-se de um passado num presente que tem futuro. Pelo caminho, alguns marcos, por sinal, heterogéneos: a difusão da televisão, os Looney Tunes, a viagem à lua, a MTV, o skate, a queda de Hussein, a câmara de filmar incorporada nos portáteis… Um pouco de tudo. Não se enxergam, pelo menos à primeira vista, imagens disfóricas. Nem Hiroshima, nem Dallas 1963, nem 11 de Setembro! Estamos perante um mundo fantástico, sedeado algures entre o Canadá e o México. À semelhança dos brinquedos de E.T.A. Hoffmann ou do filme Toys Story, os objectos técnicos têm vida própria. Parecem dispensar mão humana. No início, o comando pousado no solo activa-se sozinho. O mesmo sucede com os ecrãs e demais objectos técnicos durante o avanço no corredor. Arris é artífice e herdeira deste mundo mágico. É uma garantia e uma promessa. Uma promessa garantida.

Marca: ARRIS. Título: Inventing the future. Agência: Story Worldwide. Direcção: Alex Topaller, Dan Shapiro. USA, 2014.

ARRIS is a global innovator in IP, video and broadband technology. We have continually worked with our customers to transform the experience of entertainment and communications for millions of people across the world. The people of ARRIS are dedicated to the success of our customers, bringing a passion for invention that has fueled our 60-year history: We created digital TV, delivered the first wireless broadband gateway and are pioneering the standards and pathways for tomorrow’s personalized, Ultra HD, multiscreen, and cloud services. We are dedicated to meeting today’s challenges and preparing for the tasks the future holds. Collaborating with our customers, ARRIS will continue to solve the most pressing challenges of 21st century communications.
Together, we are inventing the future.

O Corpo e a Imagem

Dtac. The Power of Love

A propósito da integração de lusodescendentes na sociedade portuguesa, aludi num encontro internacional (Universidade Nova de Lisboa, 9 a 12 de Julho) às consequências da perda ou da hibernação dos laços sociais. Não podem as “redes sociais”, o skype e outras ferramentas de comunicação à distância facultar alternativas? Os laços sociais requerem tempo, proximidade, intercorporalidade e materialidade. Ainda não há abraços electrónicos; e os emigrantes portugueses em Paris não se reúnem no Natal à volta de um bacalhau virtual. Ainda há símbolos que exigem materialidade. Um mero contacto ou um simulacro não configuram um laço social. Que o diga este anúncio tailandês. Os estímulos maternos via tablet não conseguem que o bebé pare de chorar. Foi preciso o colo do pai. O corpo em vez do ecrã. Na ponta da tecnologia, o amor.

Marca: Telco Dtac. Título: The Power of Love. Agência: Y&R Thailand. Direcção: Kumphol Whitpiboolrut. Tailândia, Julho 2014.

Time no longer matters

Em “Como nunca ninguém viu: O olhar na publicidade” (in Imagem e Pensamento, Coimbra, Grácio Ed, 2011, pp 139-165), abordei a questão da propensão para a distorção do tempo no mundo contemporâneo, convocando uma dúzia de anúncios publicitários como exemplo. O tempo abranda, acelera, para, concorre com outros tempos. O tempo é cada vez menos mágico e cada vez mais alvo de magia. O artigo fecha com a análise de um anúncio em que um homem controla a marcha do tempo e do mundo com um comando de televisão. Este anúncio, uma paródia clara do Senhor dos Anéis, inscreve-se nesta tendência, subjectiva mas também objectiva, de relação distorcida com o tempo.

A Coleira Electrónica (ComUM online)

Gosto do correio electrónico quando a caixa fica cheia! Fica assim, por horas, por dias, pançudo, num estrangulamento feliz. As crónicas do ComUM online recomeçaram. Dedico a primeira às nossas contradições face ao correio electrónico Para aceder ao texto, clicar na imagem ou neste endereço http://www.comumonline.com/opiniao/item/1192-a-coleira-eletronica.

 

Sonho tecnológico

Pode a tecnologia ser amiga do ambiente? Podem os objetos técnicos contribuir para um paraíso ecológico? São questões que a publicidade não enjeita. Por exemplo, este anúncio da Panasonic propicia uma bela ilusão palpável, uma espécie de fantasia arcimboldiana composta por peças mecânicas montadas nas franjas da realidade.

Marca: Panasonic. Título: Eco Technology. Agência: Dentsu. Direção: Timo Schaedel. Alemanha, Setembro 2012.

Choque tecnológico

Em 2008, vigorava em Portugal o “plano tecnológico”. Na China, decorriam os XXIX Jogos Olímpicos de Pequim. E a GE – General Electric produzia, pela ocasião, dois anúncios de humor votados ao desporto e à tecnologia. O primeiro, Discus, parece uma sequência de um filme do Astérix. No segundo, Dragon, o engenho no aproveitamento da chama do dragão para aquecimento dos banhos só tem paralelo na origem, segundo François Rabelais, de algumas das mais famosas termas de França: Pantagruel adoeceu; um “fluxo de bolsa” provocou-lhe urina quente. Esta, infiltrada no solo, deu origem às termas de água quente de Cauterets, de Dax e de outras estâncias termais gaulesas (Le Tiers Livre des faits et dits Héroïques du noble Pantagruel, chapitre 33).

Anunciante: GE. Título: Discus. Agência: BBDO New York. Direção: Traktor. EUA, 2008

Anunciante: GE. Título: Dragon. Agência: BBDO New York. Direção: Traktor. EUA, 2008

Papa-moscas

Tudo cabe no albergue espanhol que é a publicidade! Até a ciência e a tecnologia… Os laticínios helvéticos debatem-se com um problema: o estresse no leite das vacas causado pelas moscas. A ciência e a tecnologia resolveram o problema inventando a “Gecko-Tecnologia”: a cada vaca é associado um geco (espécie de lagartixa ou osga) que come tudo quanto é mosca na vizinhança. O anúncio explica todo o processo, bem explicadinho, ao ritmo de um relógio suíço. Em suma, o emmental é, doravante, um queijo muito mais relaxado. Este anúncio estreou alguns dias antes do primeiro de Abril. Coincidência? Na verdade, a publicidade tende a sintonizar-se cada vez mais com as efemérides. Pelo sim, pelo não, importa comprovar se a “Gecko-Tecnologia” também é eficaz contra as contribuições e os impostos. Podia-se pensar em pagar a patente ou em importar a tecnologia.

Marca: Emmentaler. Título: Gecko Technology. Agência: Spillman/Felser/Leo Burnett. Suíça, Março 2012.

Fractais: Tecnologia, design e cultura

Um pequeno e belíssimo  documentário sobre uma inovação que combina a matemática dos fractais com os desenhos locais tradicionais. Um exemplo de indústria criativa que nos vem do outro lado do mundo, da Indonésia.

Intel Visibly Smart : Batik Fractal.   Amsterdam Worldwide.  Setembro 2011.