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Vitalidade

Fad

Este anúncio, Construye, da FAD (Fondación de Ayuda contra la Drogadicción), configura um chamamento. Dispensa focalizar-se no resgate de almas perdidas em comboios fantasmas ou em resorts do inferno. Apela à vitalidade criativa e ao reconforto pessoal. Create / construye, eis o lema. Afinal, é possível consciencializar sem condenar. Um anúncio exemplar.

Anunciante: FAD (Fondación de Ayuda conta la Drogadicción). Título: Construye/Create. Agência: Publicis. Espanha, Março 2015.

Olhos de Mágoa

LeaO olhar das crianças pode ser perturbador. Às vezes, mais do que o olhar omnividente. É um olhar que não está em todo o lado, mas que está ali, no ponto crítico, dorido, humano. Aprecio estes anúncios que contam uma história, em poucos segundos, com o efeito visado e sem desperdício.

Marca: Frauenzentrale. Título: Lea. Agência; Publicis. Direção:  Heike Fincke. Suíça, Janeiro 2014.

Não somos perfeitos, mas sonhamos

Primitiva. No tenemos sueños baratosEste anúncio inspira-nos: não somos perfeitos, mas sonhamos (vídeo 1)! Se os espanhóis contam com Don Quixote e Salvador Dali, por cá, o nosso subconsciente está encravado: temos uma neurose obsessiva, uma fixação em portas e roedores (vídeo 2).

Marca: Loteria la Primitiva. Título: No tenemos sueños baratos. Agência: Publicis. Direção: Alex Juliá. Espanha, Novembro 2013.

Ynf. Free Doors.

Azul e vermelho

takis-windshield-wipeAzul e vermelho, água e fogo, fogo por dentro, fogo por fora, o que é? Pelo sim, pelo não, não deite água insalubre no automóvel. Pode ter calores que requeiram resfriamento urgente. Em suma, um bom anúncio cómico e disparatado.

Marca: Takis. Título: Windshield Wiper. Agência: Publicis Dallas. Direção: Nicolas Lyer. USA, Novembro 2013.

Nina Simone. Beautiful land.

Inconveniência amigável

calimeroA publicidade insiste em perturbar o nosso recato. Deu-lhe, agora, para anúncios com trago disfórico! Mas esta maré não nos apanha desarmados. Foi precedida pelas campanhas de consciencialização: rodoviária, contra o álcool, tabaco, violência, poluição… O choque a dar a mão ao medo numa valsa do Apocalipse tornou-se espectáculo familiar. Mas estes “novos” anúncios são distintos: banham em humor. A pessoa que exibe o rosário multimédia excede-se, raiando a inconveniência e o ridículo. O amigo, enredado, também não sai bem na fotografia: pastou até à última imagem! Vale o anúncio não se pretender disfórico, mas cómico. A desgraça é bom combustível do humor. Sobra, contudo, um não sei quê disfórico. Um incómodo que se aloja no sótão da consciência. Um espelho distorcido. Podia acontecer comigo…

Marca: Orange. Título: Retrouvailles. Agência: Publicis Conseil. Direção: Xavier Giannoli. França. 2013.

Desgraça rima com humor. Que o digam os desenhos animados, a começar por Calimero, herói ternamente disfórico. A primeira aparição de Calimero foi, por sinal, num anúncio do detergente italiano AVA.

Calimero. Detergente AVA (Carosello; Mira Lanza). Autores: NinoToni Pagot e Ignazio Colnaghi. Itália, 1963.

Seios ao alto!

Valege. Finally TogetherA publicidade não desdenha o dia de São Valentim. Este anúncio dedica-lhe uma belíssima animação original: um par de seios solitários acaba por se reencontrar graças ao efeito push up da lingerie Valège. “Finally Together” is the concept of one print ad and three TV spots showing the emotional reunion of two very peculiar characters: left and right breast. The metaphorical images with a touch of humor take advantage of the romantic mood of this special day to demonstrate what every woman knows: they are meant to be together” (Agência Marcel, Paris).

Marca: Valege. Campanha: Finally Together. Agência: Publicis, Espanha e Marcel, Paris. França, Fevereiro 2013.

Surreal

Um anúncio que se preze acrescenta sempre algo ao produto. Este anúncio surrealiza-o. “Neston, mais que gostoso, é surreal”. Delirante!

Marca: Neston. Título: Surreal. Agência: Publicis. Direção: Gustavo Moraes, Marco Lafer. Brasil, Julho 2012.

Death Talks

“… not for me, I have already died”

Anunciante: ALS Research Foundation. Título: I have already died. Agência: Publicis Netherlands. Direção: Olaf van Gerwen. Holanda, Junho 2012.

“Light my Fire”

Anúncio Ride, da “Burn” (Coca Cola), com comentário de Carlos Nascimento:

Marca: The Coca-Cola Company, Burn. Título: Ride. Agência: PUBLICIS MOJO Sydney. Direção: Garth Davis. Austrália, Junho 2011.

“Se Maffesoli precisasse de um exemplo audiovisual para exemplificar as tribus, de que fala, bem como de todo o universo que estas implicam, este filme quase bastaria. O filme começa num espaço anónimo, enterrado, ignorado. Uma voz off, humaniza-o, lançando um desejo: “I have this crazy fantasy on my head… Energy trapped inside my body. The energy commes out. We can do whatever we want”. Enquanto se formula esse desejo, vai surgindo um grupo em movimento. Nenhum em particular é dono daquela voz, daquela ideia interior. Não é um líder que comanda o grupo. Não há dialogo sequer. Aquele pensamento podia ser exteriorizado por qualquer um e não foi por ninguém. O laço entre o grupo é tão forte que nem precisa de diálogo. Cada um pensa por si e sabe que os outros também pensando por si, pensam a mesma coisa que o outro. Não há ligação mais forte do que aquela que não precisa de sinais nem de rituais. Neste grupo de skaters, mais do que ligação é pura conexão. A seguir, é tempo de deixar a energia sair. Sai-lhes do corpo de uma forma sobrenatural, mas, nem por isso, lhes confere poderes assim. O corpo a arder é apenas uma identificação exterior do que os une interiormente. Um sentido que dá prazer maior ao prazer simples que os reúne, o skating. Volte-se ao “we can do whatever we want”. Neste filme esta afirmação tem tudo de sensível e nada de físico. É uma possibilidade que, mais do que implir à acção e à transformação, leva à transcendência. O espaço urbano é um recreio depois da noite cair. Os rastos de fogo na noite têm tanto de belo como de trágico. A música, cujo ritmo impele, também avisa: “Make your move now and try to win the game, but in the end always stays the same.” Nada podia ser mais inconsequente e sem desígnio. O raiar do dia chega e, com ele a normalidade, a dos outros, não a daquele grupo, que mantém presente, e à parte, o seu próprio sonho. “You have to keep that dream alive in your mind.” Só quem é assim é que se vê assim” (O Lugar da Estética na Publicidade Actual, Projecto de Investigação para Candidatura a Doutoramento em Ciências da Comunicação, Universidade do Minho, 2012).

Margens em trânsito

O processo criativo é um rizoma que se furta ao escalpelo da razão. Em que caravela navega a realidade? Onde pára o cais do sonho? Em que momento a criatura se apodera do criador? Os elementos e os mundos, o sólido e o líquido, a terra e o mar, são margens de contrabando, como em A Pequena Sereia, de Anderson, A Menina e o Mar, de Sophia de Mello Breyner, ou a Silka, de Ilse Losa. A agitação das águas é prenúncio de mergulho, e o mergulho, de “renascer das águas”. Nesta ondulação de estranha luminosidade, vagueiam silhuetas indecisas, ao sabor do orientalismo barroco da música electrónica dos Air. Este vídeo musical, Painted Love, foi produzido exclusivamente para a campanha “How Far Would You Go For Love”, da Cartier.

Cartier / Air. Painted Love by Air. Marcel (Publicis). Waverly. França, 2011.