Tag Archive | Nanã

Oxalá e Nanã

“Por conta das velhas de terracota e da morte grávida: Imagem de Oxalá e de Nanã”

Gosto do comentário de Ana Rita Ferraz ao artigo O riso da velha Grávida. Ana Rita é professora na Universidade Federal de Feira de Santana – UEFS, actriz e dramaturga. Trocamos ideias em torno do grotesco.

Ana Rita Ferraz chama a atenção para uma crença corporizada em rituais afro-brasileiros:
“Conta-se que Olorum, o criador, chamou Oxalá e lhe deu uma tarefa: deveria criar a humanidade. Oxalá coçou a cabeça pois não sabia como fazer. Então, pegou o vento e começou a trabalhar nele tentando uma forma; em vão. Com o fogo também não teve sucesso. Tão pouco com as águas. Já estava desanimado quando Icu, também conhecida como Nanã, a morte, senhora que vive nas águas lamacentas, perguntou-lhe porque não fazia os seres encomendados de lama. Oxalá aceitou. Nanã desceu lá no fundo das águas e lhe trouxe um punhado de lama. Sentaram-se e começaram a esculpir criaturas. Assim foi que Oxalá, o que é pai, e Nanã deram por cumprida a tarefa dada por Olorum.
Este é um mito africano. Nanã, ou Icu, é representada com gravetos no colo, que simbolizam seus filhos. Acho lindo pensar que temos como mãe a morte.
Veja a canção CORDEIRO DE NANÃ , quase um acalanto” (Ana Rita Ferraz).

Mateus Aleluia e Thalma de Freitas – Cordeiro de Nanã | Compacto Petrobras.

“Como oxalá é pai, aqui em Salvador, não apenas o povo das religiões de matriz africana, costuma vestir roupas brancas, especialmente às sextas-feiras” (Ana Rita Ferraz). Segue um vídeo sobre o culto a Oxalá. Para terminar, a música Meu Pai Oxalá, interpretada pela banda Moinho, da autoria de Vinicius de Moraes e Toquinho, mas inspirada no candomblé.