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Encantamento

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Botticelli. Alegoria da Primavera. Detalhe: Flora. 1478.

Aura, frescura, natureza, volúpia e magia no anúncio Flora, da Gucci, realizado por Chris Cunningham. Chris Cunningham consta, a par de Spike Jonze e Michel Gondry, entre os realizadores de culto de vídeos musicais. Dirigiu, entre outros, Come to Daddy (1997), dos Aphex Twin (ver https://tendimag.com/2016/02/21/nem-apocalipticos-nem-integrados/), Only you (1998), dos Portishead (ver https://tendimag.com/2013/05/24/liberdade-debaixo-de-agua/), Frozen (1998), da Madonna, e All is full of love (1999) da Björk (ver https://tendimag.com/2013/08/08/feronomas/). No final de Flora e de Frozen, uma aposta semelhante nos efeitos associados à roupa.Seguem o anúncio Flora e o vídeo Frozen.

Marca: Gucci. Título: Flora. Agência: REM. Direcção: Chris Cunningham. Itália, 2009.

Madonna. Frozen. 1998. Direcção: Chris Cunningham.

Nem apocalípticos, nem integrados

Chris Cunningham

Chris Cunningham

Retomando o artigo precedente, as cabeças boquiabertas grotescas do vídeo Magma,dos Dvein, lembram muitas outras obras. Por exemplo, o vídeo musical Come To Daddy (1997), de Chris Cunningham, para os Aphex Twin. Desconcertante. Trata-se de um vídeo musical que se tornou um clássico, tal como outros vídeos dirigidos por Chris Cunningham: Only You (1998) dos Portishead, Frozen (1998) da Madonna e All is Full of Love (1999) da Bjork.

Umberto Eco

Umberto Eco

Por um tempo, convém distrair a memória para dar oportunidade a outros pensamentos. Para não cair na vertigem das listas (Umberto Eco, 2009). Gosto do Umberto Eco. Autor de uma obra vasta e diversificada. Felizmente, não se deixou seduzir pela moda de se concentrar em uma ou duas ideias. Apesar de ser um grande erudito, não cita apenas autores germânicos. Frequentava os arquivos, mas não dispensava observar o mundo da vida (ver, por exemplo, Viagem na Irrealidade Quotidiana, de 1983). Perdemos um sábio! Não faltam, porém, escritores de artigos e mestres em infografia burocrática. A minha mulher ofereceu-me, há anos, A Vertigem das Listas e o meu filho ofereceu-me, há meses, o último livro do Umberto Eco: O Número Zero (2015). Conhecem bem as minhas taras.

Aphex Twin. Come To Daddy. Dir. Chris Cunningham. 1997.

Feronomas

Interpol2Charlie White é um realizador cujo fascínio pela iconografia porno é conhecido. Neste videoclipe Lights, para os Interpol (2010), o enredo resume-se em poucas palavras: acompanhada por duas ajudantes orientais, uma mulher, a “Pheromone Doe”, despe-se e veste-se com latex, injecta e expele um líquido seminal. Não obstante a carga erótica, Lights é um vídeo estranho e desconfortável. Lembra filmes como Histoire d’O (1975). Lembra, também, embora de uma forma invertida, o videoclipe All is full of love, de Chris Cunningham, para a Björk: erotismo eufórico de máquinas humanizadas versus erotismo disfórico (sacrificial) de humanos maquinizados, ambos percorridos por fluídos aparentemente seminais. Enfrentam-se no filme Blade Runner (1982), com humanos demasiado máquinas a perseguir máquinas demasiado humanas.

Charlie White. Interpol: Lights. Interpol.2010

Chris Cunningham. Björk. All is full of love. 1999.

Liberdade debaixo de água

Portishead. Only YouVersículos, livros, caricaturas, esculturas, palavras, gestos… Tudo acode à memória. Liberdade, “por muito tempo guardei-te como uma pérola rara”, cantava Georges Moustaki. Será que a liberdade também se afoga?

O mergulho sufocante do anúncio da MTV (Hero Final) e do vídeo de Chris Cunningham  (Only You) lembram coisas esquecidas: uma “chuva dissolvente” a alagar um caldeirão enxofrado. “Nas narinas da democracia ainda se respira o cheiro da intolerância”.

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Marca: MTV. Título: Hero Final. Agência: Carbon VFX. Direção: Patrick Cummings. EUA, Maio 2013.

Portishead. Only Your. Dirigido por Chris Cunningam, 1998.