Sementinhas do carnaval
Aproxima-se o carnaval, tempo de preparar a terra para as sementeiras. Se o Principezinho, de Saint-Exupéry fosse uma semente, gostaria de o plantar, com mil cuidados, em muitas más línguas. Porque os espinhos servem para proteger, não para a destruir a rosa. Seguem a canção Seeds (2017), de Camille, e a música Finding the Rose, da banda sonora do filme Le Petit Prince (2015).
O estádio do respiro
Estou a passar uma fase em que a oralidade e a interação presencial se sobrepõem à escrita. Muitas comunicações, algumas a pedir preparação. Por exemplo, sexta, dia 18, cumpre-me a abertura da Conferência Internacional “We Must Take Action #3 O Ensino Artístico no Desenho do Futuro da Arte, na XXII Bienal Internacional de Arte de Cerveira. Não é óbvio nem dá para improvisar. Para inspiração recorro à música, também pouco óbvia. Por exemplo, da cantora e compositora francesa Camille (Dalmais).
Tive um professor, Jean-Louis Tristani, sociólogo e psicanalista, que, para além dos estádios oral e anal descobertos por Freud, inventou o estádio do respiro em que o desejo e o prazer se centram no aparelho respiratório (Le stade du respir, Paris, Éd. de Minuit, 1978). Pois a música de Camille lembra-me o estádio de respiro de Jean-Louis Tristani.
Seguem quatro canções de Camille: Home is where it hurts; Gospel with no Lord; Waves; e Ta Douleur.
Capuchinho Vermelho tem medo em casa
Às vezes, apetece ouvir música. Daquela que não vem se não a procuramos. Camille é um caso à parte no mapa da canção francesa. Pela originalidade e pela aposta em sons corporais. Sozinha em palco, dá um espectáculo. Canta normalmente em francês, mas não resisti à tentação de escolher duas canções em inglês: Ilo veyou e Home is where it hurts.