Tag Archive | Aparições

O Amor e a Morte na Casa da Cultura

Coisas do Outro Mundo. Casa da Cultura. Melgaço, 21 de outubro de 2022

Chuva, frio e uma sensação única: o mesmo vento que me afastou do mundo traz-me de volta ao ninho. Era uma vez… o amor e a morte, a união e a separação, as formas e as sombras, os que ficam e os que partem. Memórias profundas e liminares. Apesar da concorrência do FC Porto-Benfica, a audiência do “serão dos medos” duplicou o previsto. Iniciado às 21:00, o “serão dos medos” durou quase até à meia noite. O encanto não teria sido o mesmo sem os testemunhos generosos, de uma oralidade prodigiosa e contagiosa, de duas pessoas maiores: as castrejas Angelina Fernandes e Palmira Fernandes. A sessão não se prolongou para “evitar o escuro das horas tardias”. Mas, pelos vistos, com a iluminação atual o risco é bem menor. E as pessoas deixaram-se estar em inspirada conversa. Uma iniciativa que, graças à dedicação dos amigos da Casa da Cultura e da Câmara de Melgaço, parece ter nascido para vingar. Era uma vez, não eRa? eRa, um grupo francês.

Galeria de fotografias: Coisas do Outro Mundo, Serões dos Medos, Casa da Cultura, Melgaço, 21 de outubro de 2002. Fonte – Município de Melgaço: https://www.facebook.com/municipiodemelgaco/photos

eRa. Mother. Era. 1996. Remix (Official Music Video)
eRa. Ameno. Era. 1996. The City Remix (Official Music Video). 2017.
eRa. Divano. Era 2. 2000. Vídeo oficial
Era. Cathar Rhythm. Era. 1996. Remix (Official Music Video)

Meigas

Existem momentos em que o contexto, os astros, as afinidades e as predisposições se conjugam para transformar a comunicação em comunhão, a porta em ponte, o limite em prolongamento, a cara em carinho e o saber em conhecer (do latim cognoscere, de com, junto, mais gnoscere, saber, ou seja, saber em conjunto). As pessoas, os gestos e os pormenores parecem apostados em entrelaçar as mãos. Não sei por que estou a escrever estas palavras. Deve ter sido algum pirilampo que passou pelo teclado.

Serões do Medo. Melgaço. 21.10.2022

Regressei de Melgaço com os ouvidos cheios de testemunhos de experiências sobrenaturais: acompanhamentos, aparições, sinais, bruxas e meigas. Proporciona-se a canção Túa nai é meiga e, por acréscimo, Alalá Das Mariñas, ambas de Uxía.

Uxía. Túa nai é meiga. estou vivindo no ceo. 1995. Ao vivo no Auditório da Ilha de Arousa. 2018.
Uxía. Alalá Das Mariñas. estou vivindo no ceu. 1995.

O Amor e a Morte

La vie est une cerise / La mort est un noyau / L’amour un cerisier [A vida é uma cereja / A morte um caroço / O amor uma cerejeira] (Jacques Prévert. Chanson du mois de mai. Histoires et d’autres histoires. 1963).

A Dor. Cemitério de Montmartre. Paris

Ando absorto com as esculturas funerárias. Quanto mais percorro os cemitérios, mais os sinais de vida se sobrepõem aos da morte. Principalmente, o amor, a realidade mais viva da vida humana, a única que, pelos vistos, pode triunfar sobre a morte.

Junto o anúncio Apariciones, de 2002, da Cruz Vermelha da Argentina. Raro, não o encontrei com melhor resolução. Vale o conceito e a canção, Sanvean – I am Your Shadow, da Lisa Gerrard.

Anunciante: Cruz Roja. Título: Apariciones. Agência: Leo Burnett. Direção: Fabian Bonelli. Argentina. 2002.