Natal andróide
Num mundo disfórico entregue às máquinas, um andróide deixa-se cativar por alguns vestígios de vida humana num cartaz e num filme com a ceia de Natal. Começa uma odisseia da máquina em busca do humano. Simula a ceia de Natal com manequins, mas não resulta, falta o espírito. Acaba por reconhecer a paisagem numa fotografia de um jornal. Por vales e montanhas, encontra finalmente a família humana que o acolhe com generosidade.
Este anúncio lembra filmes tais como O Planeta dos Macacos (1968), Blade Runner (1982), Equilibrium (2002) ou WALL-E (2008). E convoca uma série de mitos mais ou menos contemporâneos:
– A superação e a dominação do homem, aprendiz de feiticeiro (Goethe, 1797), pelas suas próprias obras, nomeadamente computadores e andróides;
– As máquinas assumem-se mais humanas do que os humanos, propiciando um espelho, mais ou menos deformado, da condição humana;
– Uma ovelha negra redentora galga fronteiras e vence obstáculos contribuindo para a emancipação, mais ou menos fugaz e inconsequente, dos oprimidos.
Marca: Edeka. Título: Will we celebrate Christmas in 2117? Agência: Jung von Matt. Alemanha, Novembro 2017.
Andróide
Anunciam-se tempos em que mais vale dar ouvidos a um andróide do que a um humano. Com vontade mas sem sensibilidade.
“I am faster than you, stronger than you. Certainly I will last much longer than you. You may think that I am the future. But you’re wrong. You are. If I had a wish, I wish to be human. To know how it feels. To feel, to hope…”.
Marca: Johnnie Walker. Título: Human (Android). Agência: BBH London. Direcção: Dante Ariola. Reino Unido, 2006.
Andróides
O Halloween já passou, mas o próximo ano vai ter andróides como nunca. Convém dar-lhes as boas vindas.
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Marca: Nike. Título: Johnny The Angry Android. G Agência: Goodby, Silverstone & Partners. Direcção: Michael Bay. USA, 1999.
O anúncio The Angry Android, da Nike, centra-se numa cabeça associada a uma máquina. O director , Michael Bay, realizou, entre outros, os seguintes filmes: Bad Boys (1995), A Rocha (1996), Armageddon (1998), Pearl Harbor (2001), The Island (2005), Transformers (2007), Pain and Gain (2013) e The Last Ship (2014).
No vídeo musical Dare, dos Gorillaz, também sobra uma cabeça com queda para a música.
Gorillaz. Dare. 2005.
Os dois vídeos lembram-me o livro de ficção científica I Will Fear no Evil, de Robert H. Heinlein (1970): o cérebro de um homem é transplantado no corpo de uma mulher. Ficção por ficção, se o cérebro masculino transplantado num corpo feminino acaba por pensar e agir como uma mulher, será que uma cabeça ligada a numa máquina também poderá pensar como uma máquina? E o Leviatã (1651), de Thomas Hobbes, sobreviveria sem corpo?