A coca, Amarante e Monção
Amadeo de Souza Cardoso. A procissão do Corpus Christi. 1913. A mascote doméstica. Coca. APPACDM. Monção.
O poder autárquico democrático é filho da Revolução. As autarquias conhecem a importância da cultura e da comunicação. Não me admiraria se, no conjunto, se destacassem como o principal agente cultural do País. Cuidado, iniciativa e perseverança. Por exemplo, na criação e divulgação de vídeos sobre realidades locais. Na Internet, como é natural. Curiosamente, ambos os concelhos, Amarante e Monção, partilham a tradição da coca, um monstro milenário, ambíguo, que desassossega o Corpo de Deus.
Fernando e Albertino
Crónica dos diabos de Amarante
Diabos, todas as terras têm. Mas diaba, é outra loiça. Então uma diaba roliça capaz de concorrer com as deusas da fertilidade!… Só em Amarante. O casal chifrudo provém, tudo o indica, das navegações por terras do Oriente. Os dois diabos alojaram-se, em boa vizinhança com os anjos e os santos, na Sacristia do Convento Dominicano de São Gonçalo. Este convívio foi interrompido, em 1809, pelos invasores franceses que os queimaram. Os amarantinos logo encontraram solução: mandaram fazer uma réplica do casal e recolocaram-no no mesmo lugar. De visita por terras de Amarante, D. Pedro V, indignado com a coabitação do demoníaco com o sagrado, retirou o casal de diabos da Sacristia e mandou-o penar para o Claustro.
Em 1870, o Arcebispo de Braga, D. José Joaquim de Moura, decide pôr termo à presença dos diabos em lugar sagrado: ordena que os queimem. Não é, porém, obedecido. Mas os diabos não têm paz. São vendidos a Alberto Sandeman e expostos em Inglaterra. Em 1889, fazem furor na Exposição Universal de Paris. Mas os diabos também são de torna-viagem. O Dr. Lago Cerqueira, Ministro dos Negócios Estrangeiros, convenceu
Alberto Sandeman a devolver o par de mafarricos.
Foram recebidos em triunfo. Na noite de São Bartolomeu (23 para 24 de Agosto), em Amarante, tal como em Cavez (Cabeceiras de Basto), os diabos andam à solta, mais do que noutras terras: há a procissão dos diabos, o baile dos mafarricos e uma queimada. “Veste a pele de DIABO e vem para a rua!”; “Diabos à solta em Amarante”. Fogo por dentro, fogo por fora. Por uma noite, abrem-se as portas do inferno. Para uma descrição mais pormenorizada, consultar a página do Museu Municipal Amadeo de Souza Cardoso: http://www.amadeosouza-cardoso.pt/pt/historia/o-diabo-e-a-diaba.
Porto Canal. Diabos à Solta. Amarante.
- Fig 01. Diabos de Amarante.
- Fig 02. Diaba de Amarante
- Fig 03. Diabo de Amarante
- Fig 04. Diabos de Amarante
- Fig 05. Diabos de Amarante
- Fig 06. Cartaz Diabos à Solta. Amarante
- Fig 07. Cartaz Diabos à Solta. Amarante.
- Fig 08. Cartaz Diabos à Solta. Amarante.
- Fig 09. Diabos à Solta. Amarante.
- Fig 10. Diabos à Solta. Amarante.
- Fig 11. Diabos à Solta. Amarante.
- Fig 12. Diabos à Solta. Amarante.
- Fig 13. Diabos à solta. Amarante
- Fig 14. Diabos à Solta. Amarante.
- Fig 15. Diabos à Solta. Amarante
- Fig 16. Diabos à Solta. Amarante.