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A coca, Amarante e Monção

O poder autárquico democrático é filho da Revolução. As autarquias conhecem a importância da cultura e da comunicação. Não me admiraria se, no conjunto, se destacassem como o principal agente cultural do País. Cuidado, iniciativa e perseverança. Por exemplo, na criação e divulgação de vídeos sobre realidades locais. Na Internet, como é natural. Curiosamente, ambos os concelhos, Amarante e Monção, partilham a tradição da coca, um monstro milenário, ambíguo, que desassossega o Corpo de Deus.

Fernando e Albertino

Amarante, Natureza criativa. Janeiro 2020.
MONÇÃO | PROMO Corpo de Deus – Coca . 2019

Crónica dos diabos de Amarante

Fig 09. Diabos à Solta. Amarante.
Diabos, todas as terras têm. Mas diaba, é outra loiça. Então uma diaba roliça capaz de concorrer com as deusas da fertilidade!… Só em Amarante. O casal chifrudo provém, tudo o indica, das navegações por terras do Oriente. ??????????????????????????Os dois diabos alojaram-se, em boa vizinhança com os anjos e os santos, na Sacristia do Convento Dominicano de São Gonçalo. Este convívio foi interrompido, em 1809, pelos invasores franceses que os queimaram. Os amarantinos logo encontraram solução: mandaram fazer uma réplica do casal e recolocaram-no no mesmo lugar. De visita por terras de Amarante, D. Pedro V, indignado com a coabitação do demoníaco com o sagrado, retirou o casal de diabos da Sacristia e mandou-o penar para o Claustro.

Fig 10. Diabos à Solta. Amarante.Em 1870, o Arcebispo de Braga, D. José Joaquim de Moura, decide pôr termo à presença dos diabos em lugar sagrado: ordena que os queimem. Não é, porém, obedecido. Mas os diabos não têm paz. São vendidos a Alberto Sandeman e expostos em Inglaterra. Em 1889, fazem furor na Exposição Universal de Paris. Mas os diabos também são de torna-viagem. O Dr. Lago Cerqueira, Ministro dos Negócios Estrangeiros, convenceu
Alberto Sandeman a devolver o par de mafarricos.

Fig 08. Cartaz Diabos à Solta. Amarante.Foram recebidos em triunfo. Na noite de São Bartolomeu (23 para 24 de Agosto), em Amarante, tal como em Cavez (Cabeceiras de Basto), os diabos andam à solta, mais do que noutras terras: há a procissão dos diabos, o baile dos mafarricos e uma queimada. “Veste a pele de DIABO e vem para a rua!”; “Diabos à solta em Amarante”. Fogo por dentro, fogo por fora. Por uma noite, abrem-se as portas do inferno. Para uma descrição mais pormenorizada, consultar a página do Museu Municipal Amadeo de Souza Cardoso: http://www.amadeosouza-cardoso.pt/pt/historia/o-diabo-e-a-diaba.

Porto Canal. Diabos à Solta. Amarante.

 

 

 

Amarante. Uma terra dos diabos

 
MCAC emRedart

O curso de mestrado em Comunicação, Arte e Cultura, da Universidade do Minho, não tem parado de receber e visitar. A apresentação da obra do pintor Gil Vicente, A Escola da Primavera em Melgaço, a visita à Galeria Emergentes Dst e, na próxima semana, o projeto enRed’arte, de Amarante.