História de um melro que morreu por ser feliz

Pablo Picasso. Visage de la paix IV. 1950.

Um melro costuma fazer ninho no quintal. Atarefado, tem-se saído bem com os gatos. Pior destino teve “o melro” do Guerra Junqueiro, vítima da vingança do Velho Padre Cura, num extenso conto em verso que o meu avô recitava de cor. Segue a digitalização do poema “O Melro” a partir da segunda edição ilustrada do livro A Velhice do Padre Eterno (1ª edição: 1885). Segue o respetivo pdf,

Quem fala em melros, pode falar em rouxinóis. Porque a opressão e a maldade não têm pouso exclusivo. Ao melro raptaram-lhe os filhos; ao rouxinol da Cantilena de Francisco Fanhais cortaram quase tudo.

Francisco Fanhais. Cantilena. 1969. Poema de Sebastião da Gama.

Com imagens pode dizer-se muito. Com poucas imagens pode, por vezes, dizer-se ainda mais. Na curta-metragem dos bauhouse, sopra-se no medo e na esperança até que explodem como tiros e bombas. Porque as nossas asas são tão frágeis como as dos pássaros.

bauhouse. Momentum 2015 – Video Installation. 2015. Curta-metragem.

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