Perder a vontade
De todos os animais, o homem é aquele a quem mais custa viver em rebanho.“ (Jean-Jacques Rousseau).
Começar o dia com três cigarros, Anna F. e dois gramas de vontade é um prenúncio batido.

Perdi a vontade num dia de nevoeiro. Viajava rumo ao Alto Minho. A minha vontade gosta do Alto Minho. Em Nine, mudei de comboio. Não me acompanhou, entrou noutro comboio, não sei se por engano. Segui para Viana do Castelo e ela, para o Porto. Nunca mais nos reencontrámos. Sem a vontade, não há vontade. Apodera-se de nós um vazio que nos cansa. E nos devora. “A espécie de felicidade de que preciso não é tanto a de fazer o que eu quero, mas a de não fazer o que eu não quero.” (Jean-Jacques Rousseau).