Surtos

“O Secretário Adjunto de Estado e da Saúde, António Lacerda Sales, anunciou na habitual conferência de imprensa para dar conta da evolução da pandemia, que estão identificados 477 surtos em escolas em todo o país, mas este número reflete a situação em todo o território. Um comunicado do Ministério da Saúde indica que nos estabelecimentos de ensino se registavam 68 surtos a 16 de novembro
Portugal tem 68 surtos ativos de infeção em escolas pelo novo coronavírus, de acordo com um comunicado emitido pelo Ministério da Saúde e que corrige a informação prestada esta sexta-feira pelo secretário de Estado da Saúde, que indicou haver 477 surtos ativos em estabelecimentos de ensino quando este número se refere ao total que se verifica no país.
“Os surtos identificados” a 16 de novembro, esclarece a nota do Ministério, “distribuem-se da seguinte forma: 3 na ARS Norte, 11 na ARS Centro, 50 na ARS LVT, 2 na ARS Alentejo e 2 na ARS Algarve, no total de 68 em todo o Continente”” (https://expresso.pt/sociedade/2020-11-20-Covid-19.-Ministerio-corrige-o-secretario-de-Estado-da-Saude-ha-68-surtos-de-infecao-ativos-em-escolas).

Falta ou descoordenação da informação? Divergência de critérios? Ou desaparecimento fugaz de mais de quatrocentos surtos?

Saber, através do Ministério da Saúde, que existem 68 surtos de infeção nas escolas ou saber pela FENPROF, que existiam, a 11 de Novembro, 695 estabelecimentos de ensino com casos de Covid-19 pouco me elucida. O caso mudaria de figura se fossem as escolas as infetadas em vez dos alunos, dos professores ou dos auxiliares. Não se trata, porém, de reparar telhados mas de proteger vidas humanas.

Tropecei, imprudentemente, na palavra “surto”. A partir de que quantitativo começa um surto? Recorri ao glossário do Plano Nacional de Preparação e Resposta à Doença por novocoronavírus (COVID-19), de 2020:

“Surto – Ocorrência de um número de casos de uma doença, superior ao que seria considerado expectável, numa determinada população durante um período de tempo bem definido” (https://covid19.min-saude.pt/wp-content/uploads/2020/03/Plano-de-Conting%C3%AAncia-Novo-Coronavirus_Covid-19.pdf).

Estou esclarecido! Quando contam 68 surtos não sei o alcance. O que gostaria de saber era uma estatística simples e escorreita. Quantos alunos foram infetados com a Covid-19 desde o início das aulas até à presente data? Qual é a curva da evolução das infeções? Qual é a percentagem na respetiva população? E os professores? E os auxiliares?Trata-se de vidas humanas, independentemente de qualquer agregação.

Assim embalados, estes números suscitam suspeitas. Mas estou convicto de que não existe motivo para suspeição. Apenas opções estatísticas! . Aguardava, há uns dias, publicação oficial sobre a Covid-19 nas escolas. Essa informação acabou por ser facultada. Fiquei a saber um pouco mais que nada.

Kraftwert. Pocket Calculator. Minimum-Maximum Notebook. 2005.

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