Com o mundo nas mãos
O contacto, a conexão, entre pessoas capacita, gera sinergia. Torna possível o improvável. Neste anúncio, brilhante, o mundo aproxima-se da figura de um mosaico ou de um puzzle em que as diferentes peças apenas se sobrepõem sem se confundir, mesmo assim o suficiente para completar a acção. As situações e as pessoas interagem de um modo inacabado e imperfeito, mas eficaz. Namoram-se sem se anular, como um beijo de Gustav Klimt. O anúncio multiplica os sinais desta reserva e incompletude. Somos com os outros, conseguimos com os outros, mas não somos os outros, para o bem todos. O ruído preserva a identidade. A unicidade ameaça-a.
Anunciante: Movistar. Título: Conectados. Agência: Young & Rubicam Perú; Directora de Produção: Julieta Kropivka. Perú, 2010.
Gosto deste anúncio da Movistar. Já o tinha colocado há sete anos no Facebook. Hoje, a conversa é diferente. Acrescento três canções associadas à congregação de vontades: With a little help from my friends, do Joe Cocker; Canta amigo canta, do António Macedo e, porque na Itália também se canta, Insiemi, de Toto Cutugno. Todas ilustram a nossa incomensurável capacidade de sonhar em conjunto.
António Macedo. Canta amigo canta. 1974.
Toto Cuttugno. Insiemi. 1990.
Joe Cocker. With a little help from my friends. 1968.
2 responses to “Com o mundo nas mãos”
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- Março 12, 2020 -
ADOREI, TUDOOO! Pois é Professor, como estamos de acordo! .Mas, entenda-se a faladora aluna nas aulas – “O ruído preserva a identidade. A unicidade ameaça-a”. Ah, talvez não saiba, mas a música de Zeca Afonso “traz outro amigo também” foi o fundo do meu prezi de defesa em sociologia. Choro e riu com ela, toca-me a lama.